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Rio de Janeiro - A lenta recuperação das regiões mais afetados pela crise internacional de 2008, como a Europa e os Estados Unidos, está trazendo de volta ao país altos executivos brasileiros que se transferiram para o exterior em busca de melhores condições de trabalho durante o período de dificuldades.

Levantamento da consultoria Fesa, especializada no recrutamento desse tipo de profissional, revela que, desde janeiro de 2009, a empresa tem recebido uma média mensal de 50 currículos de brasileiros querendo voltar a trabalhar no país.

Jairo Okret, sócio-diretor da Korn/Ferry International, multinacional de gestão de recursos humanos, observa que a volta de executivos brasileiros, antes pontual, agora é estrutural. "Esses profissionais querem retornar porque aqui há perspectiva de um desenvolvimento profissional acelerado e de ganhos financeiros mais altos", diz o consultor.

Ele estima que o número de executivos querendo voltar dobre este ano, comparado com o de 2008. Os efeitos da crise na Europa pesaram na decisão do executivo Carlos Albano da Costa e Souza, de 37 anos, que voltou para o Brasil em janeiro deste ano.

Após trabalhar por três anos na Schlumberger, multinacional fornecedora de serviços para campos de petróleo, em Angola, Souza assumiu o cargo de diretor da empresa em Moscou, na Rússia, mas a empresa cortou benefícios e ele perdeu o interesse. Souza conseguiu, então, uma recolocação no Rio de Janeiro, como gerente para a América Latina na Seismic Micro-Technology, multinacional de softwares para o setor de exploração e prospecção de petróleo. "A partir de 2007, a economia brasileira começou a dar sinais de aquecimento. Quem estava fora, passou a receber propostas para voltar e ocupar posições muito boas. Retornei ganhando o dobro do que recebia em Moscou", conta.

Altos salários

De acordo com o consultor Gino Oyamada, da Fesa, os salários de nível executivo no Brasil são compatíveis ou até maiores do que os da Europa e dos Estados Unidos. "O número de executivos preparados aqui é restrito. Em geral, os salários, se não estão alinhados, estão superiores aos praticados no exterior." O consultor explica também que as empresas brasileiras foram uma das primeiras a retomar a concessão dos bônus, benefício que foi cortado ou reduzido em muitas companhias nos Estados Unidos e Europa.

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