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Um nicho que tem se mostrado muito atraente na área de TI é o de especialistas em servidores (mainframes), que empregadores dizem ser difíceis de encontrar. O país é o sexto que mais adquire servidores no mundo e está entre os três primeiros colocados quando o assunto é oportunidade para fornecedores e prestadores de serviços deste mercado, de acordo com a consultoria IDC Brasil. Empresas que usam servidores de grande potência no Paraná são Sanepar, Copel, Volvo, Celepar e o banco HSBC e seu centro de tecnologia. Só que não há muita mão-de-obra disponível para mexer nessas máquinas.

Para Hélcio Tessaro, diretor de recursos humanos do Centro Global de Tecnologia do HSBC (GLT, na sigla em inglês), as universidades tiraram dos currículos dos cursos de informática as linguagens que os servidores usam, como Cobol e WebSphere. "A demanda é grande: todos os bancos, empresas de telecomunicações e governamentais precisam desses profissionais."

O GLT foi instalado em Curitiba no ano passado, para atender agências do HSBC nos Estados Unidos e Canadá, e já contratou 200 pessoas. "De 30% a 40% dos contratados irão trabalhar com mainframes", diz. A próxima remessa de contratados, segundo o presidente do HSBC GLT no Brasil, Jacques Depocas, deve sair ainda neste mês, quando serão abertas 15 vagas. Nos próximos meses, mais 50 pessoas devem ser chamadas. "Devemos alcançar mil funcionários, mas não posso prever quando."

Como a oferta de trabalhadores está em baixa, o valor deles no mercado tende a subir. Segundo Tessaro, um especialista em servidores geralmente ganha 20% a mais do que outro profissional da área de TI. Carlos Oliveira, do Grupo Américas, que presta serviços para multinacionais, diz que existem jovens ganhando até R$ 15 mil em empresas como IBM, em São Paulo. "São pessoas que aprenderam sozinhas, fuçando na internet por interesse próprio, porque as universidades não estão formando nessa área."

O analista sênior Adriano Robles confirma que aprender a trabalhar com servidores não é simples. "É difícil no começo, mas depois a gente se acostuma. A tecnologia é muito vasta, envolve telecomunicações e outros processos, e toda a parte que efetiva uma transação financeira é bem complexa", diz.

Os equipamentos servidores são importantes para as grandes corporações de serviços porque controlam um enorme volume de dados. Mesmo assim, eles usam códigos antigos, como o Cobol, criado em 1959, e exigem o conhecimento de inglês – ambas qualificações que Robles tem há 15 anos. O analista começou no antigo Banestado (adquirido pelo Itaú) e agora é funcionário do GLT do HSBC. "A oferta de emprego está bastante grande e a mão-de-obra escassa, principalmente devido ao inglês e porque as universidades preferem dar formação em internet."

Como as empresas não encontram profissionais para cuidar de seus mainframes, elas estão preparando cursos para formar mão-de-obra. Este ano, o HSBC e a IBM montaram uma série de treinamentos para suprir essa demanda.

Em Curitiba, as aulas começam amanhã, no Estação Business School. A duração total é de 100 horas. O custo é de uma matrícula de R$ 150 mais sete parcelas de R$ 476. Para participar é preciso ter nível superior na área de exatas ou humanas, já que qualquer pessoa que tenha afinidade com informática pode fazer os cursos básicos. "Os nichos em que falta mão de obra incluem analista de suporte, desenvolvimento e produção. Posso garantir que o profissional treinado terá mais oportunidades no mercado", diz o gerente de estratégias para mainframes da IBM, Paulo Perini. A multinacional norte-americana tem 2,2 mil inscritos no Brasil em um concurso de habilidade em programação de servidores promovido pela empresa.

Serviço: Informações sobre o curso no Estação Business School em www.americas.com.br/ibm_hsbc.html.

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