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Funcionário da Sadia confere estoque | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Funcionário da Sadia confere estoque| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

No Paraná

Veja as operações das duas empresas no estado:

Sadia

• Concentra no estado seu maior número de unidades. Dos 60 mil funcionários, 18,5 mil trabalham no Paraná.

• Cinco fábricas estão no Paraná: em Dois Vizinhos, Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Toledo (modernizada e ampliada em 2008) e Paranaguá.

• Um centro logístico está em Ponta Grossa.

• Possui uma filial de vendas em Curitiba.

• Em Paranaguá, tem um entreposto no porto.

Perdigão

• Seis unidades da empresa operam no Paraná.

• Em Carambeí, tem duas unidades de abatedouro e processamento de frangos, perus e suínos e fabricação de laticínios.

• Tem dois centros de distribuição, um em Carambeí e São José dos Pinhais.

• Em Apucarana e Foz do Iguaçu, tem centros de distribuição.

São Paulo - O mercado de alimentos do Brasil está perto de um dos maiores movimentos de consolidação da história. Na noite de segunda-feira, a Sadia divulgou um fato relevante em que afirma negociar uma parceria operacional com a Perdigão. O anúncio levou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a examinar os negócios realizados com as ações das duas companhias na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) – ontem os papéis ON da Sadia subiram 7,2%, enquanto os ON da Perdigão tiveram alta de 7,17%. A Perdigão divulgou um comunicado em que nega que a negociação esteja em curso, embora admita que já tenham ocorrido discussões preliminares.

Desde sexta-feira, os papéis das duas empresas têm se destacado com alta no pregão paulista por conta de rumores sobre uma possível associação, que seria costurada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES).

A união entre Sadia e Perdigão, se confirmada, daria origem à maior processadora de carne de frango do mundo em faturamento. Considerando os resultados das duas empresas acumulados em 12 meses até setembro de 2008, a receita líquida das companhias, juntas, somaria aproximadamente US$ 10,7 bilhões, acima do faturamento da líder mundial no segmento de aves Pilgrim’s Pride, que obteve receita líquida de US$ 8,52 bilhões no mesmo intervalo, segundo levantamento da Economática.

O porte que a nova companhia teria logo após a fusão levaria a "empresa combinada" à condição de terceiro maior faturamento na atividade de abate nas Américas, atrás somente da Tyson Foods, que faturou US$ 26,86 bilhões no mesmo intervalo, e da JBS Friboi, cuja receita somou US$ 14,29 bilhões no período.

"Sem dúvida, a empresa resultante da união de Sadia e Perdigão se consolidaria como uma das maiores do mundo no segmento de aves e suínos. A soma das forças seria bastante benéfica para a empresa combinada", afirma a analista do setor de alimentos da Ativa Corretora, Luciana Leocádio.

A viabilidade da união entre Sadia e Perdigão está praticamente atrelada à entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no negócio, conforme especialistas do setor. "A Perdigão não tem porte para injetar os recursos suficientes para a recuperação da Sadia", diz um analista de mercado que prefere não ser identificado.

Mas, se por um lado a união entre Sadia e Perdigão resultaria na formação de mais um líder brasileiro no setor de alimentos, por outro ela pode desestabilizar a formação de preços do frango no mercado interno, apontam fontes do setor. Em 2008, as duas empresas abateram, juntas, aproximadamente 1,6 bilhão de cabeças de frango. Esse volume representaria aproximadamente 35% do total abatido no país.

Crise

A crise pode acelerar a negociação entre as empresas, que lidam com um mercado retraído. A Perdigão, por exemplo, teve de reduzir o ritmo de atividades em sua unidade de Carambeí, nos Campos Gerais. Os 1,5 mil funcionários que trabalham no abate de aves voltam hoje de um período de férias coletivas que começou em 16 de fevereiro. Por cerca de 30 dias, os aviários ficaram vazios porque não havia destino para a produção. A Sadia, que realizou paradas técnicas de duas semanas entre o fim de dezembro e o começo de janeiro, não prevê férias coletivas.

Além dos empregados em férias em Carambeí, a Perdigão mandou para casa, no último dia 9 de fevereiro, 2,9 mil funcionários das unidades de Porto Alegre e Lajeado, no Rio Grande do Sul, que também trabalham no abate de frangos. Eles retornaram ao expediente no dia 11.

Quase 90% dos criadores de frango integrados à Perdigão no Paraná estão na região de Piraí do Sul, nos Campos Gerais. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Aves de Piraí do Sul, Jurandi Marcondes, os 436 aviários ficaram em média 30 dias vazios, entre janeiro e fevereiro. "Desde o dia 10 de fevereiro já estamos recebendo lotes normalmente", afirma.

Colaborou, Maria Gizele da Silva, da sucurçal de Ponta Grossa

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