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Funcionário ajusta iluminação em Davos: executivos tentarão lobby contra proposta de maior regulação | Fabrice Coffrini/AFP
Funcionário ajusta iluminação em Davos: executivos tentarão lobby contra proposta de maior regulação| Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Lula vai promover projetos de sua gestão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aproveitar a sua última participação, antes de deixar a Presidência, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, para defender os programas sociais do seu governo, mostrando o que mudou nessa área, os avanços que eles trouxeram ao país e fazendo uma comparação com o que encontrou quando assumiu o governo em 2003. Durante seu discurso no evento, no qual receberá o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial, Lula lembrará do já abandonado Fome Zero e dos avanços com os programas sociais posteriormente criados em seu governo.

Lula falará também sobre as políticas adotadas no Brasil para enfrentar a crise financeira internacional e suas repercussões no país. No discurso, segundo o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, o presidente Lula, mais uma vez, reiterará aos demais presidentes empenho para a "reabertura das negociações da Rodada Doha da OMC" e "voltará a defender a urgência da reforma da arquitetura financeira internacional na busca de lançar as bases de uma nova governança, sem permitir que poucos países tomem a decisões mais importantes para a economia mundial". Por fim, voltará ainda a alertar para "a necessidade da reformulação das instituições políticas internacionais para adequá-las à realidade atual e para dar-lhes mais eficácia, representatividade e legitimidade". Neste particular, prosseguiu o porta-voz, o presidente "sublinhará a urgência de um processo abrangente de reforma da ONU de forma a mantê-la no centro da ordem mundial".

Lula desembarca em Zurich, na Suíça, amanhã, às 11h45, e não tem nenhum compromisso oficial agendado neste dia, até agora. Não está previsto que nenhum ministro siga no "Aerolula" (avião da presidência) com o presidente. Mas os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Banco Central, Henrique Meirelles, devem participar do encontro. Na agenda, não está previsto que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vá a Davos. Na semana passada, no entanto, o ministério da Fazenda, ao divulgar a programação da viagem do ministro Mantega, informou que a ministra Dilma Rousseff participaria do evento e de uma sessão interativa ao lado de Meirelles.

Passado o pior momento da crise, a economia mundial ainda se depara com uma série de riscos e muitos ajustes a fazer. Para debater os desdobramentos da turbulência mais grave desde a Grande De­­pres­são e o futuro formato da arquitetura financeira global, mais de 2,5 mil representantes de 90 países se reúnem entre hoje e domingo em Davos, na Suíça, para a 40ª edição do Fórum Econômico Mundial.Não faltam motivos de preocupação para os participantes do encontro. A reforma do sistema financeiro internacional, os grandes déficits fiscais agravados pela crise, a política monetária dos principais bancos centrais, os efeitos da bolha especulativa na China, a escalada do desemprego e a reconstrução do Haiti devem concentrar as atenções.Neste ano, o tema do encontro é: "Melhorar o Estado do Mundo: Repensar, Redesenhar, Recons­truir". O Fórum parte do princípio de que as instituições criadas após a Segunda Guerra Mundial não podem mais lidar com os desafios recentes. Nessa onda de reavaliação sobre o que levou a economia global para tão perto do fiasco, a reformulação da atividade dos bancos ganha mais destaque, diante das propostas feitas pelo presidente dos EUA, Barack Obama.

O objetivo de limitar o tamanho e a tomada de risco das instituições financeiras norte-americanas já provoca grandes debates no cenário internacional e esses temas estarão também presentes em Davos. Aliás, a imprensa estrangeira diz que figurões do setor financeiro voltarão a circular neste ano na famosa estação de esqui na Suíça e aproveitarão para fazer um lobby discreto contra a reforma de Obama.

Executivos

O ano passado foi marcado pela ausência dos altos executivos dos bancos – muitos perderam os empregos durante a turbulência e outros acharam melhor não aparecer em um momento de moral tão abalado. Sem banqueiros nem astros de Hollywood, as "estrelas" do encontro de 2009 foram os primeiros-ministros da China, Wen Jiabao, e da Rússia, Vladmir Putin.

O clima refletia claramente o poder dos governos no controle da economia, agonizada pelo estouro da bolha imobiliária e pelo consequente colapso dos bancos. Neste ano, a abertura do evento será feita pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. Mas, os presidentes do Citigroup, Vikram Pandit, e do Barclays, Robert Diamond, devem comparecer.

O professor de Marketing, Estratégia e Desenvolvimento de Negócios do Swiss Management Center, Ivo Pezzuto, acredita que a regulação do sistema financeiro será um assunto bastante presente no encontro desta semana. "O pior da crise realmente parece estar para trás, mas isso não significa que a situação tenha voltado ao normal", afirmou. "A parte mais difícil será convencer os banqueiros dos EUA e os especuladores a aceitarem mais regulação."

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