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Obra da usina de Mauá, da Copel: BNDESPar é a segunda maior acionista da companhia energética paranaense | José Gomercindo/ AENotícias
Obra da usina de Mauá, da Copel: BNDESPar é a segunda maior acionista da companhia energética paranaense| Foto: José Gomercindo/ AENotícias

Resumo

Dados básicos sobre a emissão de títulos da BNDESPar.

Que empresa é essa?

A BNDESPar é uma empresa de participações. Não produz nada, mas é sócia de outras companhias. Entre elas estão estrelas da bolsa como Petrobras, Tractebel, Brasil Foods, Itaú e Bradesco. No Paraná, detém ações da Bematech e ALL, além de ser a segunda maior acionista da Copel.

O que são debêntures?

São títulos de dívida que as empresas lançam para captar recursos no mercado interno. Algumas modalidades podem ser convertidas em ações – esse não é o caso dos papeis emitidos pela BNDESPar, que são debêntures simples.

Como deve ser o rendimento?

A BNDESPar emitirá três séries de papéis, que pagam juros prefixados, pós-fixados e com correção da inflação pelo IPCA.

E o risco?

A agência de avaliação de risco Moody’s emitiu no fim de outubro um relatório classificando a emissão como Aaa.br, que é a menor faixa de risco para uma empresa brasileira. Fatores como políticas monetária e fiscal podem afetar o resultado das operações da BNDESPar. É aconselhável que quem pretende investir consulte o site www.bndes.gov.br/debentures e leia o item "Fatores de Risco".

O investidor pessoa física tem até 1º de dezembro para fazer a reserva de debêntures da BNDESPar, braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para participação em empresas privadas. O principal atrativo da emissão é a possibilidade de adquirir papéis pré-fixados, com vencimento em janeiro de 2014, a uma taxa aproximada de 11% ao ano – a expectativa do mercado é que o país experimente nos próximos anos uma queda acentuada nas taxas de juros reais, o que torna muito atraente a possibilidade de garantir uma remuneração dessa ordem.

Debêntures são um tipo de título de renda fixa – ou seja, elas pagam juros ao investidor – emitido por empresas. Na maior parte dos casos, eles têm valor de investimento mínimo acima de R$ 10 mil ou então são destinadas apenas a investidores qualificados. No caso da BNDESPar, entretanto, a emissão tem como objetivo principal "contribuir para o desenvolvimento do mercado doméstico de capitais", conforme comunicado da própria empresa. Com isso, ficou definido que 35% dos papéis devem ficar com pessoas físicas. O valor global da emissão é de R$ 1,5 bilhão, com uma opção de ampliação em 35%. Assim, investidores de varejo podem ficar com algo entre R$ 525 milhões e R$ 708 milhões. O investimento mínimo é de R$ 1 mil.

É a quarta vez que a BNDESPar emite debêntures, sempre com uma "fatia" reservada para a pessoa física. As outras operações ocorreram em 2006, 2007 e 2009, e os valores foram, respectivamente, de R$ 600 milhões, R$ 1,35 bilhão e R$ 1,25 bilhão. Desta vez serão três séries de papéis: uma pré-fixada, cuja remuneração será definida conforme a demanda (quanto mais gente interessada, menor a taxa); e duas pós-fixadas. Destas, uma terá a rentabilidade atrelada à inflação do período, medida pelo IPCA – esta é uma novidade em relação às outras emissões. A outra terá sua remuneração definida trimestralmente, a partir das taxas de juros de curto prazo. As duas primeiras têm vencimento em 1.º de janeiro de 2014; a terceira vence em 15 de janeiro de 2017.

Para Mário Roberto Almeida, da corretora Gradual Investi­­mentos, há pouca diferença entre a operação deste ano e a do ano passado. O que mais as distingue é o momento por que o país está passando. "O mote do novo governo é derrubar os juros reais. Nesse ambiente, qualquer aplicação pré-fixada é um excelente negócio. Inclusive essas debêntures, que têm um risco baixíssimo", explica. A lógica é simples, e se baseia na expectativa de obter em torno de 11% ao ano com as debêntures pré-fixadas: se os juros brasileiros caírem para níveis compatíveis com a média internacional – algo como 2% ou 3% ao ano – até o início de 2014, os investidores terão ganhos muito superiores ao mercado simplesmente aderindo à oferta.

Na comparação com outras opções, as debêntures não desapontam. Pro­vavelmente, terão retorno pouco acima dos juros da dívida do governo – os 10,75% da Selic – e dos CDBs dos bancos que pagam até 98% do CDI para pessoa física (10,5% ao ano). Outra vantagem dos títulos é não pagar taxa de administração dos fundos, que chegam a comer de 1% a 3% do valor integral da aplicação.

A principal desvantagem é a liquidez ainda reduzida para quem pretende resgatar a aplicação antes do prazo. "Na última oferta, havia a promessa de que as debêntures do BNDES tivessem liquidez diária, mas não foi o que aconteceu. Quem precisar vender antes do vencimento pode ter dificuldade ou terá que aceitar um deságio forte do banco. Para quem resgatar antes do vencimento ainda é melhor aplicar no Tesouro Direto", disse Ricardo Almeida, professor do Insper, em São Paulo. No Tesouro Direto, as taxas dos papéis são menores, mas o investidor pode vender os papéis toda quarta-feira.

Quem não quiser ficar com as debêntures até o vencimento poderá vendê-las a outro investidor por meio do Bovespa Fix (mercado de renda fixa da BM&F Bovespa), mas com deságio.

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