O alívio na expectativa pelo comunicado do Federal Reserve abrandou a alta do dólar frente ao real nesta terça-feira, num dia negativo nos principais mercados externos.
A moeda norte-americana avançou 0,34 por cento, a 1,758 real na venda, após valorizar-se 0,63 por cento na máxima do dia.
Ao final do encontro de política monetária, os membros do Federal Reserve decidiram reinvestir os recursos obtidos com bônus ligados a hipotecas na compra de títulos do Tesouro norte-americano de prazo mais longo, numa tentativa de amparar a debilitada recuperação econômica.
"Hoje o Fed jogou a toalha... e a compra de títulos anunciada por ele pode favorecer novas baixas do dólar aqui", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
O Fed manteve ainda o juro básico na faixa entre zero e 0,25 por cento, conforme esperado.
Após a divulgação do documento, os mercados financeiros reduziram as perdas, o que permitiu um alívio também na alta do dólar em âmbito doméstico. Mas o ambiente permaneceu avesso a risco, impedindo uma reviravolta nas cotações.
Mais cedo, dados mostraram que as importações chinesas cresceram menos que o esperado em julho, alimentando temores de que a economia do país, considerado um dos motores do crescimento mundial, possa estar desacelerando.
Para o operador de câmbio de uma corretora em São Paulo, que preferiu não ser citado, apesar da eventual pressão de queda que a decisão do Fed possa ter sobre o dólar, a taxa de câmbio deve manter os atuais níveis nos próximos dias.
"Os bancos têm aumentando a exposição comprada no mercado futuro, o que sinaliza algum receio", disse, citando uma possível intervenção do Banco Central por meio de derivativos como motivo de incerteza.
Segundo dados da BM&FBovespa, as instituições bancárias mantinham na véspera 3,027 bilhões de dólares em posições compradas nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI). Os não-residentes, por sua vez, sustentavam 6,573 bilhões de dólares na outra ponta.
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