A indefinição sobre a fusão operacional entre Sadia e Perdigão, que está sendo discutida no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), preocupa Chapecó, no oeste de Santa Catarina, onde a Sadia tem uma de suas unidades industriais.
Representantes dos trabalhadores da empresa dizem que já encontram dificuldades na negociação de melhorias salariais, enquanto produtores temem o distanciamento na tomada de decisões. De outro lado, concorrentes salientam que o monopólio não é saudável para ninguém.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf) é contra a fusão. "Quanto maior, quanto mais internacional, menor é a relação com o agricultor", diz o coordenador da entidade em Chapecó, Celso Ludwig. "Não enxergamos com bons olhos."
Segundo Ludwig, os produtores, assim como os consumidores, ganham com a competição de mercado. "E não estamos falando de qualquer produto, mas de um que faz parte do café da manhã e do almoço da grande maioria da população."
Contra a fusão também está o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Chapecó (Sitracarnes), embora o presidente da entidade, Jenir Ponciano de Paula, não tenha expectativa de reprovação no Cade. "Para o trabalhador, só de falar na fusão já piorou."
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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