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São Paulo - A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que transcorre em duas etapas, amanhã e na quarta-feira, concentra as atenções do mercado nesta semana. A expectativa geral é a de que o Banco Central vai subir, gradualmente, a taxa Selic, hoje em 8,75%. A divergência dos analistas é apenas se essa trajetória de alta começa agora ou se só será iniciada em abril.

Indicadores divulgados na semana passada reforçaram a impressão de que a demanda doméstica cresce de maneira vigorosa, com força suficiente para encerrar o ciclo de baixas enfrentado durante a crise financeira global. A forte expansão da inflação no primeiro bimestre ajuda a reforçar essa tendência de escalada da taxa Selic. Ainda que os indicadores de janeiro e fevereiro tenham sido inflacionados por questões sazonais, a apreensão com um possível descompasso entre oferta e demanda já começa a preocupar os analistas de mercado.

O Banco Central recorre à elevação dos juros para manter a inflação dentro da meta, que é de 4,5% para o IPCA deste ano. Por isso outro fator importante para acompanhar nesta semana é a inflação. Na quinta-feira a Fundação Getulio Vargas anuncia o IGP-10 de março, e a projeção do mercado é uma inflação de 0,85%. De acordo com o relatório de perspectiva semanal do banco Santander, porém, é esperado que a inflação apurada nos índices de preços no atacado permaneça no mesmo nível observado no IGP-DI de fevereiro (1,09%). Espera-se alta nos preços de produtos agrícolas, especialmente frutas, legumes, leite e ovos, assim como aumento em alimentos processados, papel e celulose e químicos. Retração de preço somente da cana-de-açúcar e de seus produtos derivados, como o álcool combustível, que já apresenta queda expressiva nos valores de venda, principalmente os praticados nas usinas.

Os outros dados esperados para a semana são menos impactantes. Saem o indicador de perspectiva de inadimplência e o indicador de cheques sem fundo, ambos medidos pelo Serasa. Serão divulgados ainda dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e De­­sempregos) apontando quantos empregos formais foram criados no mês passado no país.

Nos EUA, o principal evento da semana acontece terça e será a reunião do Fomc (principal órgão da política monetária americana), do Fed. Mas o mercado não espera novidades. A expectativa é a de que a taxa de juros, hoje entre zero e 0,25%.

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