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Malha fina

Quem deu o azar de se consultar com um profissional de saúde que passa recibos irregulares pode cair na malha fina. Como o Fisco não sabe quais pacientes "compraram" recibos, é possível que todos sejam chamados a se explicar, apresentando extratos bancários. A advogada Alessandra Brandão recomenda pagar essas despesas com cheque e guardar os recibos por cinco anos.

14 milhões de contribuintes já enviaram a declaração do IR até as 17 horas de ontem, o que equivale a 51,8% das 27 milhões de declarações que o Fisco espera receber este ano. O prazo para entrega vai até o próximo dia 30. O contribuinte que enviou a declaração no início do prazo deverá receber a restituição nos primeiros lotes, a menos que haja inconsistência, erro ou omissão no preenchimento.

Tira-dúvidas

Francesco Ribeiro, gerente tributário da EY, empresa especializada em serviços de auditoria, impostos, consultoria e transações corporativas, está tirando dúvidas dos contribuintes sobre a declaração do Imposto de Renda no site da Gazeta do Povo, por meio do link http://bitly.com/IR2014tiraduvidas

A Receita Federal não abre números, mas a estimativa de especialistas é de que as despesas de saúde estejam no topo dos valores informados para abatimento de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Isso porque essa dedução não tem teto, ainda que tenha seus limites pontuais. E é nesse emaranhado de regras específicas que estão os obstáculos de quem busca dedução do tributo por essa via.

Veja respostas para dúvidas comuns sobre despesas de saúde

Coordenadora de Impos­to de Renda da consultoria H&R Block Brasil, Eliana Lopes lembra que as normas da Receita podem pegar de surpresa contribuintes que se valerem apenas de lógica (veja detalhes no quadro ao lado). Um exemplo: despesas com cirurgia plástica, seja reparadora ou estética, podem ser abatidas – menos o custo com a prótese de silicone.

"Concordo que isso contradiz a regra de que qualquer cirurgia plástica é dedutível, mas é a instrução", reconhece ela. O Fisco também aceita amplamente despesas com hospitais, ao contrário do que ocorre com clínicas e autônomos. "Nota de hospital é muito tranquilo", afirma Eliana.

Outro risco é haver divergências entre a declaração da pessoa física e a do profissional. Profissionais de saúde e empresas declaram imposto (via Declaração de Serviços Médicos, a DMED) em fevereiro. A regra da Receita é cruzar dados fornecidos por pessoas físicas em abril. Essas despesas estão no foco da fiscalização da Receita. Apenas neste ano, já foram três operações com apoio da Polícia Federal na Bahia, Minas Gerais e Paraná, onde supostos esquemas de deduções com recibos falsos podem ter causado, na soma, a sonegação de R$ 183 milhões.

De olho na nota

O ideal é se prevenir contra erros de informação na hora de pedir a nota, explica Luiz Fernando Nóbrega, vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade e especialista em imposto de renda. "Muitos profissionais dão recibo em vez de nota fiscal, em que informam apenas nome e registro no conselho profissional. Mas a declaração pede obrigatoriamente CPF ou CNPJ", diz.

É correndo atrás da informação pouco antes de entregar a declaração que muitos contribuintes acabam errando o dado e caindo na malha fina, alerta Nóbrega.

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