A defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno frente aos valores praticados no exterior voltou a crescer com a forte alta do dólar, apesar do declínio do preço do barril do petróleo nos Estados Unidos, que já caiu cerca de 15% desde o pico do ano, em meados de junho.
O movimento do câmbio traz um cenário desfavorável para as importações da Petrobras, que compra volumes importantes de petróleo e derivados no exterior.
As importações ficaram mais caras, com um real desvalorizado, justamente em um momento em que a defasagem dos preços de vendas dos combustíveis locais estava ficando menor frente aos valores externos, por conta da queda do valor do petróleo.
"Com o dólar valorizando, a Petrobras não teve grandes ganhos", disse ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e diretor da consultoria DZ Negócios com Energia, David Zylbersztajn.
A moeda norte-americana acumulou alta de 9,33 por cento frente o real no mês passado e está ainda mais forte neste início de outubro.
Com os preços da gasolina e diesel controlados pelo governo, sócio majoritário da Petrobras que evita repasses da volatilidade externa do petróleo para combater a inflação, a estatal perdeu uma boa oportunidade de ver a defasagem de preços reduzida.
O petróleo nos EUA, que influencia os valores dos combustíveis norte-americanos (base de comparação com o mercado brasileiro), chegou a ser negociado na sessão desta quinta-feira no menor nível desde abril de 2013, a 88,18 dólares o barril, com preocupações com a demanda e a oferta abundante no mundo.
Em meados de agosto, quando a defasagem dos preços do diesel e da gasolina no Brasil havia atingido o menor patamar do ano --de 4 e 11 por cento, respectivamente, segundo a GO Associados--, o preço do petróleo estava na faixa de 95 dólar/barril.
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