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Lojas fechadas ontem no Centro de Curitiba, durante a partida de Brasil e Holanda: “sumiço” de consumidores e recuperação lenta nas vendas | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Lojas fechadas ontem no Centro de Curitiba, durante a partida de Brasil e Holanda: “sumiço” de consumidores e recuperação lenta nas vendas| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

A eliminação da seleção brasileira da Copa da Mundo dá pelo menos um motivo para comemoração entre os varejistas: a volta dos consumidores às lojas. A mobilização dos torcedores em torno dos jogos da seleção derrubou as vendas do comércio ao longo do último mês. Os compradores "desapareceram", segundo o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sayon, que estima uma queda nas vendas em cerca de 30% nos dias em que a equipe de Dunga entrava em campo.

"Houve uma queda significativa de vendas nos dias de jogos. O fluxo de pessoas é menor e as compras por impulso, que representam uma fatia importante das vendas, desaparecem junto com os consumidores", diz Sayon.

A gerente de marketing do ParkShopping Barigui, Silvia Pires Omairy, confirma que os corredores ficaram vazios durante os jogos, o que tem impacto principalmente nas lanchonetes e restaurantes. Por outro lado, diz que o shopping voltava a ficar lotado depois do fim das partidas. "É claro que a Copa muda toda a dinâmica. As pessoas deixam de fazer várias coisas, inclusive consumir."

O economista da Federação do Comércio do Paraná (Fe­­comércio), Vamberto Santana, no entanto, diz que o vazio das lojas durante o horário dos jogos é compensando em outros horários, e que a Copa do Mundo não deve reduzir os números de faturamento e vendas de junho. "A queda momentânea é normal, mas não afeta as vendas ao longo do mês", aposta. A saída da seleção do Mundial, lembra o economista, é que deve criar um outro impacto negativo, principalmente no comércio de camisetas, bandeiras e outros artigos para torcer, além de bebidas e carnes. "Para eles, o regime de vendas retorna um pouco mais cedo ao normal", diz.

Alívio

Nas lojas da Rua XV de No­­vembro, no Centro de Curitiba, muitos vendedores se diziam aliviados com o fim da Copa para o Brasil. A gerente da loja de roupas masculinas Fris­chmann’s, Adriana Domin­gues, diz que o período foi de baixa nas vendas. "Os homens só pensavam em jogo." A vendedora da loja de tecidos Imperial, Edina Lepecha tem a mesma opinião. "Foi o pior mês para nós."

Segundo um levantamento realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nos dias de partida o movimento nas lojas começava a ser afetado cerca de duas horas antes do início. De acordo com o relatório das consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC), no caso do jogo do Brasil contra Portugal, por exemplo, no dia 25 de junho, uma hora depois do início da partida, as consultas caíram 94,1%, retornando gradativamente, mas sem voltar ao campo positivo. No caso desse mesmo dia, às 18 horas, o número de consultas ao serviço ainda era 10% menor que em dias normais.

O economista da ACSP, Marcel Solimeo, diz que os segmentos em que as compras por impulso são mais representativas como roupas, livros e CDs, são os que mais perdem. "Muito dessas perdas não há como recuperar, embora no geral as vendas registrem crescimento, porque são compensadas por outros segmentos que ganham com a Copa."

É o caso, por exemplo, do segmento de bares e restaurantes. O gerente da lanchonete Zavoy, no Centro de Curitiba, Miguel Antônio Vieira, diz que o movimento aumentou até 80% no mês passado, mas acredita que agora o fluxo diminua devido a saída do Brasil no Mundial.

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