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O mercado de câmbio destoou nesta quinta-feira da maior aversão a risco exibida pelas bolsas de valores, com queda do dólar ante o real em uma sessão marcada pela atuação de investidores no mercado futuro e por um aumento da oferta de moeda no país.

A valorização de 0,2 por cento do euro, que se mantinha relativamente imune ao movimento de busca por segurança, também favoreceu a recuperação do real após uma sessão afetada pelo adiamento da oferta de ações da Petrobras.

O dólar no mercado à vista terminou a 1,789 real, em queda de 0,17 por cento. Com isso, acumula queda de 1,76 por cento no mês. No ano, a moeda norte-americana ainda tem alta de 2,64 por cento.

O dólar começou o dia em alta, rondando o patamar de 1,80 real, ainda num rescaldo do movimento da véspera. Mas, ao longo da manhã, a melhora do euro --motivada por fatores técnicos-- e a percepção de um aumento na entrada de recursos no país tiraram o fôlego da moeda norte-americana.

Quatro operadores de câmbio comentaram diferentes operações de entrada de capitais no país. Segundo um deles, exportadores já traziam recursos na véspera, mas o efeito só começou a ser sentido nesta sessão. Outro afirmou que alguns investidores traziam recursos destinados à oferta de ações do Banco do Brasil, já em período de reserva.

Dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa mostravam um volume de cerca de 4 bilhões de dólares a poucos minutos do fim dos negócios --acima da média de junho, de aproximadamente 2,6 bilhões de dólares.

Outros dois profissionais de mercado, no entanto, viram no aumento da oferta de dólares uma pressão pontal exercida pelos investidores com posições vendidas no mercado futuro. Marcelo Oliveira, da corretora BGC Liquidez, comentou que "houve um fluxo de venda para Ptax baixa", em referência à taxa usada para liquidação dos contratos futuros.

Nos mercados de dólar futuro e cupom cambial, os estrangeiros exibiam 1,3 bilhão de dólares em posições vendidas na quarta-feira. Já os bancos, também vendidos no mercado à vista, tinham 4,7 bilhões de dólares nessa direção, segundo dados da BM&FBovespa.

O interesse dos investidores em uma Ptax mais favorável a suas posições aumenta conforme se aproxima o final do mês e a rolagem de contratos derivativos. Além disso, duas das próximas sessões serão atípicas por conta de jogos do Brasil na Copa do Mundo.

Um dos operadores que notou entrada de recursos no país, no entanto, acredita que a queda tenha sido pontual. "É uma oportunidade para comprar dólares a preço de liquidação", disse o profissional, que trabalha em um banco de investimento, mas preferiu não ser identificado.

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