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Reservatórios estão em níveis críticos, como em 2000

Os reservatórios das hidrelétricas no Sistema Interligado Nacional (SIN) continuam em níveis críticos, próximos aos registrados nos anos de 2000 e 2001, quando o governo precisou impor racionamento

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Apesar de o próprio governo já admitir que o custo do uso acentuado das usinas térmicas será repassado aos consumidores, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse, nesta terça-feira (8), que o gasto com essas usinas não compromete o desconto de 20% nas contas de luz, a partir deste ano. "A redução de 20% é estrutural, enquanto o gasto com as térmicas é conjuntural. Não podemos misturar uma coisa com a outra", afirmou.

Na segunda-feira (07) em entrevista à TV Globo, o ministro Edison Lobão disse que o impacto do uso em grande escala das térmicas seria de cerca R$ 400 milhões por mês, ou menos de 1% de impacto para os consumidores. Mas analistas de mercado projetam impactos maiores.

Zimmermann falou ainda que o País não corre o risco de passar por um novo período de racionamento de energia. Segundo ele, apesar dos reservatórios estarem em níveis baixos, o sistema hidrotérmico brasileiro está equilibrado. "Em 2001 o problema era a falta de usinas, e hoje não temos esse problema. As usinas térmicas entram nos leilões de energia para serem usadas quando houver necessidade. Essa é uma característica do nosso sistema", disse.

Queda na tarifa não será afetada por térmicas, diz secretário

Zimmermann defendeu que o uso de usinas térmicas, feito para compensar a falta de água nos reservatórios brasileiros, não irá impactar o desconto médio nas contas de luz prometido pelo governo. "Quando você opera as termoelétricas, isso tem um impacto [custo mais elevado para geração]. Mas ele [esse custo] ocorreria com a medida 579 [sobre a renovação das concessões] ou sem ela", afirmou.

"O que a medida traz é uma redução de 20%. Outra conta é essa que ocorre por causa do nosso sistema hidrotérmico", disse o secretário.

Reportagem desta terça-feira (8) da Folha de S.Paulo mostra que os reservatórios das 204 usinas hidrelétricas do país estão no mais baixo nível histórico em uma década, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema). Para piorar a situação, o verão deste ano registra, até agora, temperaturas médias dois graus acima ao de 2012, o que aumenta o consumo.

A queda do nível dos reservatórios tem ocorrido mesmo com o acionamento de todas as termelétricas do país.

Ligada desde outubro do ano passado, a geração térmica -mais cara e poluente- não tem sido suficiente para reduzir a geração hidrelétrica para a recuperação do nível dos reservatórios.

Segundo Zimmermann, o sistema brasileiro prevê a baixa no volume dos reservatórios das hidrelétricas no fim da seca. Por esse motivo, as térmicas precisam ser despachadas. Como essa ordem de gerar energia por meio da queima de carvão ou do uso de óleo, por exemplo, ocorre todo ano, mesmo que em menor escala, Zimmermann defende que esse impacto já era esperado. "Já era previsto que elas operassem, ou você acha que contrataríamos [as térmicas] para ficar decorando?", disse.

Reunião

A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião do setor para esta quarta-feira (9). Dez dias depois de dizer que é "ridículo" falar em racionamento de energia, a presidente determinou que fossem discutidas as informações sobre os baixos níveis dos reservatórios das usinas brasileiras.

"É uma reunião de rotina. É claro que se faz avaliações sobre o sistema, como se faz todo mês. Não é uma reunião extraordinária, é ordinária", minimizou o secretário.

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