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Necessidade

Quem não quis trabalhar no ano passado deve buscar emprego em 2015

Analistas alertam que o movimento de ascensão do grupo de pessoas que não querem trabalhar se reverterá ao longo deste ano. Diante dos ajustes anunciados pela equipe econômica e da persistência de uma atividade fraca, a necessidade de buscar um emprego aumentará. A exemplo do que já acontece nas montadoras do país, novas demissões devem ocorrer, ajudando a reduzir a renda familiar e o poder de barganha para novos aumentos salariais dos que ainda permanecerem empregados.

"A expectativa de contração da atividade econômica tende a resultar em retração na ocupação e também limitar os ganhos de renda. Neste contexto, a força de trabalho deve voltar a crescer, com retorno à PEA [População Economicamente Ativa] das pessoas que estão na condição de ‘nem-nem’ [não trabalham nem estudam]", explicou o economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada, que prevê uma taxa de desemprego média de 6,3% em 2015 e recuo de 0,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

"O mercado [de trabalho] está desacelerando, em linha com o desaquecimento da economia", resumiu o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu para 4,3% em dezembro, se igualando à mínima histórica registrada em dezembro de 2013, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa média para o ano de 2014 ficou em 4,8%, também a menor da série histórica anual da Pesquisa Mensal de Emprego, com início em março de 2020.

INFOGRÁFICO: Veja o índice da taxa de desemprego anual nas seis principais regiões metropolitanas

No entanto, os números escondem uma situação não muito favorável no mercado de trabalho, com tendência a deterioração, alertam economistas. A redução no desemprego foi impulsionada pela saída de pessoas do mercado de trabalho e não pela geração de novos postos.

Em 2014, o mercado de trabalho brasileiro registrou redução no número de vagas pela primeira vez. A média de ocupados no ano recuou 0,1% ante 2013.

A indústria chegou a dezembro com 105 mil funcionários a menos do que possuía um ano antes. A construção eliminou 92 mil trabalhadores e o comércio demitiu 106 mil pessoas em relação a dezembro de 2013.

A fila do desemprego só diminuiu porque, em um ano, 653 mil pessoas deixaram de buscar uma vaga devido à falta de interesse em trabalhar. Por enquanto, esse aumento da inatividade não está relacionado a um crescimento no contingente de pessoas que desistem de procurar emprego porque não encontraram uma posição ou um salário satisfatório.

"O desalento é muito baixo. Essa população desalentada não tem crescido. Então não seria um contexto desfavorável de pessoas que possam procurar trabalho e não encontram", afirmou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Desalento

Em dezembro de 2014, o total de pessoas em situação de desalento (que desistem de procurar emprego porque não encontram o que desejam) foi de 0,05% da população de 19,310 milhões de inativos. Outros 91,2% deles estavam no grupo de pessoas que não gostariam de trabalhar.

"Sempre foi esse grupo que cresceu, o que não gostaria de trabalhar. É um grupo formado principalmente por idosos ou pessoas muito jovens. Ou que não entraram ainda no mercado de trabalho ou que já saíram. Com o envelhecimento da população, essa parte mais envelhecida tem tendido a crescer", explicou a técnica do IBGE.

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