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Mercados

Bolsa cai com notícias externas

A expansão da economia dos Estados Unidos abaixo do que previam analistas e mais notícias negativas sobre o Goldman Sachs fizeram com que a Bolsa de Valores de São Paulo fechasse a sessão de sexta-feira em queda, terminando o quarto mês do ano em terreno negativo e acumulando desvalorização no acumulado do ano. O Ibovespa recuou 0,66% na sexta-feira, para 67.529 pontos. Em abril, a queda totaliza 4,03% e no ano de 2010, 1,93%.

Analistas previam que o PIB dos EUA cresceria a um ritmo de 3,4%, enquanto o número divulgado ontem foi de 3,2%. Além disso, notícias sobre um inquérito federal contra o Goldman Sachs também incentivaram a desvalorização em Wall Street, que levou o mercado brasileiro para baixo.

"O mês de abril foi volátil e complicado, com notícias externas, principalmente vindas da Europa, no centro das atenções", diz o economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto. "No Brasil, o viés de otimismo em relação à economia foi deixado de lado." No mesmo mês em que foi finalmente anunciado um pacote de ajuda à Grécia, mas não liberado, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu as notas do país, e de Portugal e Espanha, que também são motivo de preocupação na zona do euro.

"E a situação não deverá mudar tão cedo. Maio será volátil, a menos que haja uma solução definitiva sobre a Grécia e os demais países em perigo", diz o economista do Banco Schahin.

Reuters

Puxado pelo consumo, o Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA cresceu em um ritmo anualizado de 3,2% no primeiro trimestre de 2010, segundo estimativas do Departamento de Comércio americano. Depois de um crescimento de 5,6% no quarto trimestre de 2009, o resultado moderado reforçou alertas de que o crescimento ainda está aquém do necessário para a recuperação da economia.O temor dos analistas se deve em parte à situação do mercado de trabalho. Apesar de a taxa de desemprego estar em elevados 9,7%, o período de outubro último ao final deste mês teve o maior índice de crescimento da economia dos EUA desde a segunda metade de 2003.O último trimestre foi o terceiro seguido de expansão desde a pior crise após a década de 1930. "O que esse número [3,2%] diz é que nossa economia como um todo está em posição muito melhor do que há um ano", disse o presidente Barack Obama. No primeiro trimestre de 2009, o PIB encolhia a um ritmo de 6,4%. Em todo o ano passado, houve queda de 2,4% no PIB real dos EUA. "Mas enquanto o resultado é um ponto importante em nossa recuperação, não significa muito para um americano que perdeu seu emprego e não consegue achar outro", ponderou Obama.

O resultado ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, de 3,3%. De janeiro a março, houve desaceleração em relação ao trimestre anterior em exportações e investimentos em estoques privados. Também houve queda no investimento residencial fixo e queda ainda maior nos gastos dos governos estaduais e locais.

Christina Romer, presidente do Conselho Econômico da Casa Branca, afirmou que as duas áreas de fragilidade mais notáveis no relatório foram investimento em estruturas residenciais e não residenciais e compras de governos locais e estaduais. A baixa estimada em 3,8% "foi a maior queda em gastos de governos desde 1981", segundo Romer.

Consumo

O aumento no consumo passou de 1,6% no quatro trimestre de 2009 para 3,6% no primeiro trimestre deste ano, contribuindo com 2,55 pontos na taxa de expansão da economia. O resultado foi o melhor em três anos e considerado um avanço importante, já que no trimestre anterior havia sido um corte menor dos estoques que havia contribuído mais decisivamente para o crescimento do PIB. Compras de bens duráveis, como carros, aumentaram 11,3%, contra 0,4% no trimestre anterior.

Apesar da melhora, a economia americana ainda terá problemas enquanto a taxa de desemprego continuar alta, pois ela limita a expansão do consumo. "Não podemos continuar a contar com os consumidores mantendo gastos a partir de poupanças. Eles precisam do apoio da renda obtida por meio de contratações", disse Nigel Gault, economista-chefe para os EUA do grupo IHS.

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