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A advogada Raquel de Oliveira Pereira e o filho, André: apenas com livros didáticos,  gastos somaram R$ 1 mil | Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
A advogada Raquel de Oliveira Pereira e o filho, André: apenas com livros didáticos, gastos somaram R$ 1 mil| Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo

Aumento em 2009 foi de 6,4%, aponta IBGE

As despesas com educação subiram 6,4% na região metropolitana de Curitiba em 2009, segundo o IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE). O au­mento foi ligeiramente superior ao da média nacional, de 6,1%. Em ambos os casos, a "inflação da educação" superou o índice geral – de 4,3% no Brasil e 4,6% na Grande Curi­tiba.

Nos colégios, o maior au­­mento foi o do ensino médio, que ficou 9,4% mais caro na capital e região. O custo da educação infantil, por sua vez, subiu 9,1%, e do ensino fundamental, 8,9%. O item "educação" do IPCA também inclui itens como as mensalidades do ensino superior – que subiram 4% – e despesas como fotocópia (que recuou 2,6%), livro (alta de 3,1%) e artigos de papelaria (+6,9%). Entre os cursos extracurriculares, o maior reajuste foi o dos cursos de idioma (+10,6%), ao passo que os de informática subiram 3%.

Chama a atenção o comportamento dos preços do transporte escolar (que entram no grupo "transportes" do IPCA) – eles subiram 23% em 2009 na Grande Curitiba, após altas de 7,3% em 2008 e 5,4% em 2007.

Manter um filho em escola particular de Curitiba deve ficar quase 10% mais caro em 2010. É mais que o dobro da inflação oficial esperada para o ano, que deve ficar próxima de 4,6%, conforme expectativa média dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).O índice foi calculado pela Gazeta do Povo com base no reajuste médio das mensalidades de três dos maiores colégios particulares da capital (Positivo Júnior, Bom Jesus e Santa Maria), e também computou a variação dos preços dos materiais escolares e do transporte particular. O cálculo incluiu, ainda, a hipótese de que o custo da alimentação fora de casa repita o comportamento apurado em 2009 pelo IPCA.

Conforme a simulação, o valor médio da mensalidade da quarta série do ensino fundamental subiu 8,7% neste ano, para cerca de R$ 618. O custo do transporte escolar chegou a R$ 160 para um trajeto diário de dez quilômetros de ida e volta, com alta de 14%. O custo da lista de materiais, por sua vez, cresceu 13% neste ano, para aproximadamente R$ 700. Além disso, se o estudante gastava cerca de R$ 4 por dia com o lanche, poderá desembolsar R$ 0,26 a mais, caso o custo médio desse tipo de refeição suba os mesmos 6,4% apontados pelo IPCA no ano passado. No total, o "custo educação" chega a quase R$ 10.569 no ano – 9,6% a mais que em 2009 (R$ 9.645).

Vale ressaltar que esse valor é uma simulação, e que alguns itens apresentam grande variação de uma escola para outra. É o caso do material escolar, para o qual cada estabelecimento tem uma política diferente. Na livraria que funciona dentro do Colégio Santa Maria, por exemplo, o pacote completo para a quarta série sai por quase R$ 900, com aumento de 20% sobre 2009 – mas os alunos podem comprar em outros estabelecimentos. No Positivo Júnior, os estudantes têm de adquirir as apostilas trimestrais produzidas pela própria instituição, cujo preço subiu 6,4% neste ano, para cerca de R$ 92. O Expoente, por sua vez, cobra uma taxa obrigatória de R$ 606 para um "pacote" que inclui mochila, agenda e os livros didáticos.

Antes de sair à procura dos materiais, o consumidor pode consultar a pesquisa do Procon-PR (www.procon.pr.gov.br), que indica os preços de 238 itens em oito livrarias da capital, coletados entre 11 e 14 de janeiro. Ao menos nesse caso, há boas notícias: os preços de alguns dos produtos que mais pesam no orçamento escolar recuaram significativamente. Cadernos de desenho e aritmética estão quase 15% mais baratos, e os preços dos cadernos universitários de 96 e 200 folhas recuaram 1,5% e 3,4%, respectivamente. Com isso, uma cesta simulada pela Gazeta do Povo, com 23 itens "essenciais", ficou alguns centavos mais barata em 2010 – seu preço caiu de R$ 183,83 para R$ 183,50.

SustoA advogada Raquel de Oliveira Pereira conta que a mensalidade de seu filho, André, que passou para o primeiro ano do ensino médio, subiu 10%. "Com o material escolar, o susto foi maior. São cerca de R$ 1 mil só em livros didáticos, enquanto que no ano passado eles custavam entre R$ 600 e R$ 700", conta Raquel. "É um peso considerável na renda familiar. Se tivéssemos mais um filho, não teríamos como garantir o mesmo padrão de educação que o André tem hoje."

Colaborou Carla Bueno Comarella.

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