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A desvalorização do real e a apropriação de juros, fizeram a dívida pública federal aumentar 1,18% no último mês. Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Tesouro Nacional, o estoque da dívida pública federal encerrou setembro em R$ 1,335 trilhão, contra R$ 1,319 trilhão em agosto.

A principal responsável por esse crescimento foi a dívida externa, que subiu 14,58% em relação ao mês anterior, fechando setembro em R$ 110,4 bilhões. De acordo com o Tesouro, essa alta foi conseqüência da desvalorização, em 17,13%, do real perante a moeda norte-americana no último mês.O dólar responde por 77,74% do total da dívida externa.

Mesmo com o governo tendo resgatado, em setembro, mais papéis do que emitiu, a dívida interna mobiliária (em títulos), passou de R$ 1,223 trilhão em agosto para R$ 1,224 trilhão em setembro. O aumento, segundo o relatório, deveu-se apropriação de R$ 14,4 bilhões em juros, que superou o resgate líquido de R$ 12,8 bilhões registrado no último mês.

Apesar da crise financeira internacional, o perfil da dívida melhorou no último mês, justamente quando as turbulências se agravaram. A participação dos títulos prefixados subiu de 31,45% para 32,42%. Esses papéis facilitam a administração da dívida pública porque permitem ao governo saber exatamente quanto vai gastar no resgate.

A parcela atrelada aos juros básicos caiu em setembro, apesar dos recentes aumentos da taxa Selic pelo Banco Central. De acordo com o Tesouro, a participação desses papéis no total da dívida interna mobiliária foi de 39% em setembro, contra 39,82% no mês anterior. Esses números levam em consideração as operações de swap cambial que funcionam como vendas de dólares no mercado futuro.

Os títulos vinculados a índices de preços, no entanto, subiu de 29,12% para 29,45%. Já a parcela da dívida interna atrelada ao câmbio ficou ainda mais negativa, passando de -2,13% para -2,35% Essa situação, como ressaltou ontem (21) o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em audiência na Câmara dos Deputados, é vantajosa para o governo em momentos de alta da moeda norte-americana porque significa que o Tesouro tem mais a receber.

O prazo médio da dívida pública subiu de 42,66 meses em agosto para 42,72 meses em setembro. Esse dado, segundo o Tesouro, também representa melhora na administração da dívida porque aumenta o prazo em que o governo tem de renovar a dívida para rolar os compromissos. Apesar desse alongamento, a parcela da dívida que vence nos próximos 12 meses também aumentou, passando de 23,44% em agosto para 24,68% em setembro.

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