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Taxa terá de ser discriminada

O Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB) e os hotéis de Curitiba terão de se adaptar a um termo de ajuste de conduta exigido pelo Ministério Público do Paraná, que prevê que a "room tax" – taxa recolhida dos hóspedes de hotéis sobre a diária e que serve para manter o Convention – passe a ser discriminada na nota fiscal dos hotéis.

O pagamento da taxa é opcional, mas a maior parte das redes hoteleiras não informava a cobrança, o que levava muitos hóspedes a pagarem a taxa sem saber. A room tax provocou várias ações da justiça em todo o país por supostamente ferir os direitos do consumidor. Além do Paraná, a Justiça já determinou mudanças na forma de tratamento da taxa em São Paulo e na Bahia.

A taxa, que varia de R$ 1,50 a R$ 2, é a principal fonte de recursos do CCVB. Da receita mensal, que varia de R$ 20 mil a R$ 30 mil, 70% provêm da room tax. O restante vem de mensalidades pagas por alguns mantenedores.

Pelo que ficou determinado pelo MP, as notas fiscais dos hotéis terão de utilizar a rubrica room tax/doação para turismo para discriminar o pagamento da cobrança. O pagamento é opcional. "A medida vai exigir um esforço dos hotéis para se adaptarem e nosso para divulgar a importância dessa taxa para a promoção do turismo. Sem essa taxa, teremos dificuldades", afirma Sueli.

Cristina Rios

O Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB) convocou para 3 de novembro uma assembleia para a eleição de uma nova diretoria. Na última segunda-feira, seis dos oito diretores renunciaram a seus cargos alegando divergências em relação à condução da gestão da atual presidente, Sueli Gulin Calabrese. De acordo com Sueli, será apresentada uma chapa com a nova diretoria, que será submetida a votação pelos 106 mantenedores do órgão, formado por representantes de hotéis, centros de eventos e agências de viagens.

Apesar do racha no comando do CCVB, Sueli diz que os trabalhos de captação de eventos não foram prejudicados. "Continua­­mos a operar normalmente. Vamos eleger a nova diretoria e nada muda no esforço de trazer mais eventos para Curitiba", afirma.

A primeira mudança depois da saída dos executivos foi a escolha de Tatiana Turra para a diretoria executiva, cargo que há meses estava desocupado. "Não conseguia escolher ninguém para esse cargo porque os nomes que eu indicava eram barrados pela diretoria", diz. Sueli alega que a falta de autonomia foi um dos principais pontos de divergência com a antiga diretoria, que assumiu na gestão do presidente anterior, o empresário Adonai Aires de Arruda, da Serra Verde Express.

Os executivos que renunciaram, porém, afirmam que Sueli não respeitava as decisões coletivas. "Na gestão anterior, os assuntos eram tratados democraticamente com todos os diretores, o que não estava acontecendo atualmente", informou, por meio de nota, Rodrigo Swin­ka, gerente geral do Estação Em­­bratel Con­­vention Center e que ocupava a diretoria de marketing do CCVB.

Além dele, deixaram seus cargos dois vice-presidentes e os suplentes das diretorias de marketing, de administração e de finanças. "A diretoria não era ouvida. Saímos porque depois de nove meses vimos que não foi feito nada do que achávamos necessário dentro do Bureau", diz Roberto Portugal, da Thrifty Car Rental, e que era segundo vice-presidente. Segundo outro ex-diretor ouvido pela reportagem, não houve um fato específico para a saída coletiva, mas um acúmulo de situações de estresse.

O diretor financeiro Paulo Colnaghi – além de Sueli, o único que permaneceu no cargo – afirma que não foi avisado da renúncia e que foi pego de surpresa. Sobre o motivo dado pelos diretores que renunciaram, ele afirma que não via esse problema. "Acho que as pessoas têm que fazer valer a sua vontade e brigar pelo que acreditam. Se você está dentro de uma estrutura em que você não concorda com alguma coisa, você tem que permanecer e lutar para que ela mude."

PlanosAlém da eleição da nova mesa diretora, a principal medida daqui para a frente será acelerar os projetos de captação de recursos. "No próximo dia 27 vamos a Brasília para conversar com os parlamentares do Paraná em busca de verbas", diz Sueli. De acordo com ela, o mercado de eventos em Curitiba sentiu os efeitos da crise econômica e da gripe A, mas já há sinais de retomada na procura. No próximo ano, o Bureau deve investir R$ 600 mil. "Não temos dinheiro sobrando, mas não temos ne­­nhuma dívida", diz Colnaghi.

Para Tatiana Turra, que assumiu na quarta-feira o cargo de diretora executiva, a nova gestão terá três prioridades: aumentar a captação de eventos, ampliar e consolidar a rede de mantenedores e firmar a cidade como destino turístico. Até ontem, o Bureau apoiou 58 eventos em 2009, dos quais 14 foram captados pela entidade. Para os próximos anos já foram fechados nove eventos. Em 2008, o CCBV apoiou 83 e captou 25 eventos.

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