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Enquanto o CD se afirmava, a indústria dos computadores pessoais avançava a olhos vistos. Se o livro de especificações técnicas do CD de áudio foi chamado de Red Book, não demorou muito para que Philips e Sony se reunissem de novo para criar o Yellow Book, desta vez um conjunto de especificações para adaptar a mídia do CD ao armazenamento de dados digitais. Nascia, em 1985, o CD-ROM. No mesmo ano a banda Dire Straits, do guitarrista Mark Knopfler, fez a primeira gravação totalmente digitalizada de um CD (foi o disco Brothers in Arms, também lançado em vinil e cassete).

A essa altura – na verdade, em 1983 – havia mais de 1 mil discos lançados no novo formato. Até hoje, segundo dados da Philips, já foram vendidos aproximadamente 200 bilhões de CDs.

Hoje, ao menos na parte musical, ele sofre a concorrência do download ou venda de faixas pela internet, e as gravadoras, que não atualizaram seu modelo de negócio, têm no peer-to-peer (P2P) uma concorrência difícil de bater. Mas ainda é a mídia com relação custo/benefício mais atraente. Cabem num CD 700 megabytes (MB) de dados. E ele custa menos de R$ 1. Um pen drive com um pouco mais de capacidade – 1 gigabyte (GB) – custa pelo menos 40 vezes isso (tudo bem, copiar um arquivo para um pen drive é mais rápido e fácil).

O CD foi o pai de outras mídias, com capacidade sempre crescente. Depois dos CDs graváveis e regraváveis, veio o DVD, com compressão suficiente para permitir inclusão de vídeo e filmes. Sua capacidade de armazenamento pulou para 4,7 GB. "Basicamente, para chegar a mais dados é preciso ter mais furinhos, e furinhos menores", explica Walter Duran, da Philips. "O problema é que o laser vermelho que lê o CD é um raio muito largo. Por isso foi preciso convertê-lo para um laser azul-violeta, bem mais fino, que se prestava a isso."

Nascia assim o Blu-Ray, que, junto com o HD-DVD, tem sido um grande xodó da indústria nos últimos tempos. Tem possibilidade de chegar a 50 GB de armazenamento em dupla camada (25 GB em cada). Mas o que é esse negócio de camada? Segundo Duran, é aí que está o pulo do gato apresentado lá atrás pelo DVD: conforme o ângulo em que o laser lê o disco, ele pode reproduzir uma camada diferente de dados. "O Blu-Ray vem com duas camadas, mas tem possibilidade de suportar mais."

Marcos Trugilho, gerente de comunicação e propaganda da Sony Brasil, conta que foi a própria sanha de colocar mais e mais coisas no DVD que levou ao desenvolvimento do novo padrão. "Começaram a ser produzidos filmes mais longos e DVDs com cada vez mais extras", diz. "Além disso, as imagens em alta definição já demandavam uma mídia robusta para sustentá-las".

Com o Blu-Ray e o HD-DVD se repete a luta por um formato entre a indústria, que já viu muitas brigas semelhantes (quem não se lembra do Betamax versus VHS, nos anos 80?). A tecnologia atual ainda é para consumidores com dinheiro no bolso e exigentes quanto à qualidade da imagem. A Sony acaba de lançar seu primeiro Blu-Ray player no Brasil (compatível com todos os formatos anteriores de DVD e CD), a um preço de US$ 4 mil. Tecnologia nova, preço novo... Vai levar algum tempo para que a novidade assente. Mas o CD ainda está aí, um quarto de século depois. Isso, no mundo da tecnologia, é quase um milagre.

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