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O empresário Lucas Bertolini Martin, com a esposa e a filha: cartão de crédito na viagem aos EUA só em caso de emergência | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
O empresário Lucas Bertolini Martin, com a esposa e a filha: cartão de crédito na viagem aos EUA só em caso de emergência| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Para gastar lá fora

Veja as vantagens e desvantagens dos principais mecanismos usados pelos turistas no exterior:

Cartão de crédito

A principal vantagem do cartão de crédito é a possibilidade de parcelar as compras. No entanto, quem opta por essa forma de pagamento está sujeito a uma alíquota de IOF de 6,38% e não pode escolher o valor do dólar que vai pagar, já que a conversão do câmbio é feita na data de pagamento da fatura.

Traveller checks

Os travellers checks, ou cheques de viagem, ainda são usados, mas perderam espaço para os cartões de débito. Entre as vantagens do cheque está a segurança: ele tem seguro contra roubos e, no caso de extravio, o turista é reembolsado em 24 horas. A alíquota de IOF é de 0,38%.

Cartão de débito

Fáceis de usar, os cartões de débito, também conhecidos como pré-pagos, são uma ótima alternativa e estão cada vez mais populares. Com uma taxa de IOF de 0,38%, os cartões funcionam como os celulares pré-pagos: você carrega (em casas de câmbio, bancos e internet) com o valor e a moeda que pretende gastar. Se a moeda usada no destino da viagem for diferente, a conversão é automática. Também é possível sacar o dinheiro em caixas eletrônicos, mas há cobrança de taxas. Em caso de perda ou roubo, o cliente tem seguro e recebe um cartão adicional.

Dinheiro em espécie

Em todas as viagens é aconselhável levar um pouco de dinheiro em espécie, principalmente para pequenas despesas. É bom lembrar que em algumas cidades não são aceitos cartões e cheques, apenas dinheiro. A alíquota de IOF é de 0,38%, e é cobrada no momento do câmbio, no Brasil.

Dólar turismo é o valor usado para cotar produtos turísticos, como compra de pacotes, passagens aéreas, reservas de hotel e também para a conversão de débitos efetuados em moeda estrangeira no cartão de crédito.

A facilidade com que brasileiros viajaram aos Estados Unidos e outros países do Hemisfério Norte em busca de roupas, equipamentos eletrônicos ou apenas diversão está com os dias contados. A disparada da moeda americana nos últimos três meses encareceu em 15% o preço dos produtos turísticos e derrubou a procura por pacotes para o exterior – com quedas nas vendas que chegam a 30%.

INFOGRÁFICO: Compare a cotação do dólar

De janeiro para cá, o dólar turismo avançou 16%, e nesta semana atingiu o maior nível em quatro anos, R$ 2,54. As agências, que em junho trabalhavam com o câmbio entre R$ 1,99 e R$ 2,05, agora negociam viagens a R$ 2,52. Um pacote de sete noites para Miami, que em julho custava R$ 4 mil por pessoa, na sexta-feira era vendido por R$ 5.040.

Brasileiros já refazem planos devido à escalada do dólar. Neste domingo, o empresário Lucas Bertolini Martin embarca para Flórida com a família, onde passam doze dias entre Miami e Orlando. Se no começo do ano eles poderiam abusar do cartão de crédito, agora ele só será usado como garantia de reservas e em casos de extrema emergência. "Usar o cartão lá fora é um suicídio financeiro", afirma Martin.

A viagem da família está garantida porque ele negociou a hospedagem em abril, assim que conseguiu as passagens pelo programa de milhagens. "Refiz as contas. Se fosse hoje, tudo estaria 20% mais caro, e com certeza eu repensaria a viagem. Se tivesse que comprar as passagens, eu não iria", analisa.

Estratégias

Embora não exista muito espaço para manobras, o mercado de turismo tem articulado estratégias para diminuir o impacto para o consumidor. Uma delas é o congelamento do câmbio. Em julho (quando o dólar chegou a R$ 2,282), a CVC, maior operadora da América Latina, manteve a taxa usada em R$ 1,99 para cotação dos pacotes, o que garantiu aumento de 10% nas vendas em relação ao mesmo mês do ano passado.

A renegociação também é uma alternativa. Empresas, principalmente agências, estão revisando contratos com fornecedores: receptivos, hotéis e companhias aéreas.

"Em certas renegociações conseguimos descontos de 5% a 10%, que são repassados para o valor final do pacote, diminuindo o impacto do câmbio", diz Arnaldo Levandowski, da MGM Operadora. Por causa da alta do dólar, a empresa registrou queda de 30% na venda de destinos internacionais.

DICAS

Vai viajar? Fique atento!

Pesquisa

Moedas estrangeiras, principalmente o dólar, são vendidas em qualquer instituição financeira autorizada pelo Banco Central, de bancos a casa de câmbio. Por se tratar de uma cotação que leva em conta custos de transporte e comissão (turismo), vale a pena pesquisar antes de trocar. Existem lugares em que o dólar está alguns centavos mais em conta que outros.

Limite

Não há limites para troca de valores no Brasil. No entanto, todas as conversões precisam ser condizentes com os rendimentos da pessoa. Qualquer brasileiro pode sair do país com R$ 10 mil em espécie. Se levar mais que isso, tem de preencher uma Declaração de Portabilidade de Valor na Receita Federal no aeroporto antes de embarcar.

Aquisição

Em todas as viagens para o exterior, a melhor opção é comprar a moeda do país de destino à vista, independente da cotação, assim que efetuar a aquisição do pacote e souber a data exata da partida. Apostar na queda da moeda nunca é uma boa escolha. A moeda de segunda opção é sempre o dólar.

Fracionada

Caso não seja possível adquirir tudo de uma vez, programe-se para fazer compras fracionadas. Ao longo do tempo isso vai diluir eventuais perdas. No fim, você terá um preço médio mais vantajoso.

Brasil

Saia com o dinheiro comprado no Brasil. Assim você evita transtornos e surpresas negativas, como um câmbio mais caro.

Dinheiro

Para não cair em armadilhas, a recomendação é usar o cartão de débito. Quem compra com cartão de crédito corre o risco de pagar mais, já que a conversão é feita com base no câmbio do dia do pagamento da fatura e não no da compra. Nunca deixe de levar uma pequena quantidade em espécie para emergências e pequenos gastos.

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