A diversificação de cargas tornou-se a grande meta do Porto de Paranaguá. De acordo com o chefe do departamento de planejamento da Appa, Daniel Lúcio de Souza, isso ocorre sem detrimento ao escoamento de soja e outros grãos. "As commodities têm grande importância para a geração de renda no interior do estado, mas nós sabemos que a melhor política de geração de emprego e renda é o incentivo à agregação de valor aos produtos", declara.
Souza rebate as críticas de que a diversificação ocorre para compensar a perda da soja para outros portos. "O porto recebe soja transgênica", resume. Em relação aos pedidos de exportadores e operadores para o depósito do grão geneticamente modificado no silo público, Souza argumenta que o "silão" tem capacidade de armazenar cerca de 100 mil toneladas, "apenas 10% da capacidade" do porto, e que ele receberá apenas grão convencional. "Se há tanta demanda assim por um silo para abrigar transgênicos, porque não há investimentos privados nisso?", questiona.
De acordo com Souza, com a mudança do perfil econômico do Paraná e a expansão da fronteira agrícola para o Centro-Norte do país, um planejamento estratégico de incentivo à diversificação das cargas é fundamental. As exportações de veículos têm crescido nos últimos anos, segundo a Appa, pelo aumento da produtividade no carregamento. Na área primária do porto, no lado leste, há um pátio de 120 mil metros quadrados para os veículos, que são embarcados em navios PCC (pure car carrier), em um berço específico. Em 2000, foram exportados 44,7 mil e importados 34,2 mil veículos pelo Porto de Paranaguá. No ano passado, esses números foram de 79,3 mil e 26,3 mil, respectivamente.
Etanol
Outro produto que vem ganhando destaque nos portos do Paraná é o álcool. Nas próximas semanas a Appa deve inaugurar o terminal público para o produto, com capacidade total de armazenagem de 35 milhões de litros, divididos em sete tanques. Foram investidos R$ 13,7 milhões, com recursos próprios. "O terminal público é uma maneira não de privilegiar, mas de fazer jus a um setor que está crescendo e que tem na exportação seu principal caminho", avalia o presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena.
Segundo Tormena, foram exportados 430 milhões de litros por Paranaguá na safra 2006/2007, finalizada em abril passado. Isso equivale a quase 50% mais do que no ano anterior. Atualmente são usados os tanques da empresa Cattalini. "Estamos sendo bem atendidos, mas com o terminal público imaginamos que teremos um custo bem menor". A expectativa para este ano é de exportar de 500 a 550 milhões de litros. "Já estamos imaginando que o terminal vai ser pequeno, porque a demanda internacional é certa", diz o presidente da Alcopar. A entidade trabalha com a estimativa de exportar 1 bilhão de litros pelo porto em 2010.
Em relação aos contêineres, Paranaguá deve manter movimentação crescente. Há 15 dias, a Sadia inaugurou um novo armazém frigorificado no Porto de Paranaguá, que permite a exportação de congelados por contêi-neres. Foram aplicados R$ 19 milhões nas instalações, um dos únicos investimentos privados no local nos últimos anos.
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