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Brasília (AE) – A dívida do governo federal em títulos públicos rompeu em fevereiro a marca de R$ 1 trilhão. O Tesouro Nacional e o Banco Central (BC) divulgaram ontem o resultado da consolidação dessa dívida, que alcançou R$ 1,01 trilhão, um crescimento de 2,6% em relação aos R$ 984,93 bilhões registrados em janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, o aumento foi de 19,45%. O crescimento da dívida foi provocado pelo lançamento de R$ 14,8 bilhões de novos papéis e pelo pagamento de juros no valor de R$ 10,45 bilhões.

O coordenador da Dívida Pública do Tesouro, Paulo Valle, disse que essa marca de R$ 1 trilhão não é economicamente "relevante". O indicador que deve ser considerado, segundo ele, é a relação da dívida líquida (que abate do saldo o total os créditos que o governo tem a receber) e o Produto Interno Bruto (PIB), que está em 51,6%. "Não é segredo para ninguém que a gente tem déficit nominal (o resultado da receitas menos despesas, incluindo o pagamento de juros). É natural que a dívida cresça. O importante é a dívida líquida, que tem tendência de queda", afirmou.

Valle explicou que as agências internacionais de classificação de risco (rating) não estão, necessariamente, preocupadas com o estoque da dívida interna, mas sim com seu perfil e com a relação dívida líquida e PIB. "Do ponto de vista das agências, esse número de R$ 1 trilhão não tem efeito nenhum", disse o coordenador. "Qualquer analista avalia que a situação da dívida melhorou substancialmente."

Do ponto de vista do perfil, no mês de fevereiro houve um avanço importante. O prazo médio da dívida atingiu 29,53 meses, ante 28,76 meses observados em janeiro passado. O prazo médio dos lançamentos de títulos foi de 54,97 meses, o maior registrado na série histórica, iniciada há sete anos. Em janeiro, o prazo médio das emissões foi de 36,44 meses. Também foi recorde o prazo médio de emissão dos títulos prefixados, que chegou a 22,82 meses em fevereiro.

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