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As autoridades dos Estados Unidos podem abalar a já fraca recuperação econômica se adotarem cortes imediatos de gastos e subirem impostos, afirmou o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês). Porém, um acordo sobre um plano fiscal de longo prazo seria benéfico para a economia. Em relatório, o CBO alertou que, até o fim deste ano, a dívida federal atingirá cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior porcentual desde pouco depois da Segunda Guerra Mundial.

O escritório de pesquisa não partidário do Congresso disse ainda em sua previsão de longo prazo, que os enormes déficits orçamentários dos EUA que estão agora sendo debatidos em Washington "provavelmente diminuirão marcadamente" durante os próximos anos, à medida que a economia se recuperar e as medidas de estímulo expirarem.

Apesar da previsão, o documento destaca que o rápido crescimento dos gastos em programas de benefícios, como Seguridade Social e Saúde, bem como a aposentadoria da geração dos baby boomers, continuarão a comer uma porção maior do orçamento federal ao longo dos próximos 25 anos.

O CBO afirmou que, se as atuais leis forem mantidas, o programa de Seguridade Social e os maiores programas obrigatórios de saúde representarão 15% do PIB dos EUA em 2015, uma alta de 10% ante a proporção atual. O escritório disse que o gasto total do governo, excluindo o pagamento de juro, foi em média de cerca de 18,5% nos últimos 40 anos. "A previsão orçamentária para a próxima década em diante é desanimadora", ressaltou o CBO no relatório.

Discussão política

O governo Obama e os membros republicanos e democratas do Congresso têm debatido por meses como e em qual prazo os EUA deveriam começar a lidar com seus déficits anuais. O vice-presidente, Joe Biden, conduziu recentemente conversações com os principais membros dos partidos para alcançar um acordo para elevar o teto da dívida do governo, a fim de evitar um default, bem como para adotar um plano fiscal mais amplo e sustentável.

A principal questão para democratas e republicanos é sobre qual é a melhor forma de alcançar um equilíbrio melhor entre as receitas e os gastos federais. Alguns legisladores, principalmente do partido Republicano, pediram que cortes de gastos imediatos neste ano fossem incluídos em qualquer acordo para aumentar o limite máximo da dívida dos EUA.

Mas o CBO alertou para essa abordagem no relatório, argumentando que a execução de "tais mudanças enquanto a atividade econômica e o emprego continuam bem abaixo de seus níveis potenciais poderá desacelerar o crescimento econômico" do país.

Ainda assim, o escritório concordou com a posição do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, de que os EUA precisam de um plano fiscal crível de médio e longo prazo, para evitar um efeito prejudicial do crescimento dos déficits e um aumento da dívida.

O relatório destacou ainda que uma falha em lidar com os níveis de endividamento crescentes restringirá a capacidade dos formuladores de políticas públicas de responder a uma crise econômica, a reduções da poupança nacional e a uma potencial diminuição no investimento doméstico. As informações são da Dow Jones.

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