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O consultor Raphael Cordeiro: lidar com o lado psicológico do cliente pode ser mais complicado do que com a situação financeira | Hedeso Alves/ Gazeta do Povo
O consultor Raphael Cordeiro: lidar com o lado psicológico do cliente pode ser mais complicado do que com a situação financeira| Foto: Hedeso Alves/ Gazeta do Povo

Destaques do dia

Veja alguns destaques do primeiro dia do Expomoney:

Aposentadoria com ações

Paulo Portinho discutiu a "Aposentadoria com ações". O gerente geral do Instituto Nacional de Investidores (INI) diz que é preciso apostar na bolsa de valores, o investimento mais lucrativo. A dica é escolher as empresas com "rentabilidade razoável", entre 12% e 18%. Passando disso, o investidor torna-se "especulador". Ele indica três princípios básicos que devem ser seguidos por quem está investindo: aplicar regularmente em valores moderados, reinvestir todos os ganhos do dividendo e apostar em empresas com bom histórico.

Como investir em arte

O galerista Roberto Rugiero deu dicas para quem planeja investir em arte. Segundo ele, é preciso trabalhar a formação do "olhar crítico" para que as escolhas garantam rentabilidade no futuro. A fórmula para avaliar o "valor do artista", segundo Rugiero, deve passar por saber se o trabalho é original, se o artista tem estilo próprio e se há coerência na obra (sem repetição de outros e de si próprio). A partir essa fórmula, o galerista consegue chegar a uma nota para avaliar um artista. Se a nota é baixa, e o artista é vivo, ele diz que é possível fazer "coaching", para tentar melhorar algum aspecto.

Emoção e decisão

Emoção (euforia, urgência, insegurança, desânimo, medo, status, erro e acerto) e decisão (planejamento, gestão dos afetos, gestão do risco) estão inteiramente ligadas, disse a consultora e escritora Márcia Tolotti em sua palestra. Por isso, afirmou ela, no mercado financeiro assim como na vida, é preciso saber o risco, a diferença entre o que se deve e o que não se deve fazer. O humor e o estresse também influenciam muito na hora de investir. "Pessoas mal humoradas tendem a tomar decisões que resultam em menos lucro", afirmou.

Velhice e dinheiro

Duas atitudes são condenáveis em finanças pessoais: economizar muito e morrer cedo ou economizar pouco e morrer tarde. O alerta foi do consultor e escritor Jurandir Sell Macedo, que falou sobre sonhos e realizações no mercado financeiro. O dinheiro é uma excelente fonte de prazer, mas deve ser administrado com cuidado.

Uma das novidades da Expo­money deste ano é a Clínica Financeira, um serviço gratuito de consultoria com planejadores financeiros. Três "consultórios" foram montados para permitir o atendimento individual aos participantes. Nas salinhas, o "paciente" tem aproximadamente meia hora para expor suas dúvidas financeiras e ouvir o consultor.

Faz parte do atendimento informar dados sobre o orçamento mensal, como receitas, despesas, investimentos, patrimônio e dívidas. "Às vezes, apenas verbalizando e organizando essas informações, o cliente já muda a percepção da sua vida financeira", diz o consultor Fabiano Calil, responsável pelo projeto na Expomoney.

De acordo com ele, o público que tem procurado a clínica nas edições da Expomoney em outras cidades é bastante heterogêneo — engloba desde o cidadão endividado que quer sair do sufoco e melhorar a gestão do orçamento doméstico até o investidor que acha que deve mexer na carteira de ações. "Muita gente chega achando que vai sair com uma resposta pronta – se é melhor investir na Vale ou na Petrobras, por exemplo", diz Calil. Mas ele explica que essa abordagem não é o foco da consultoria, e sim traçar um diagnóstico de longo prazo das necessidades e possibilidades financeiras.

Dentro desta ideia, a equipe de consultores nunca oferece uma resposta pronta e pontual. "Um dos desafios é manter a isenção na análise do caso. O planejador ajuda a tirar uma fotografia da sua situação financeira e também dá as possíveis direções que a pessoa pode seguir", diz.

Tempo ao tempo

O dentista Luciano Rocha se considera estável no mercado de trabalho – atuando na área há 12 anos, já conquistou maturidade no ramo e uma carteira estável de pacientes. Quando foi atendido ontem na clínica financeira, disse ao consultor que estava buscando opções de investimento diferentes das oferecidas pelos bancos. Após a conversa, ele não escondeu a surpresa com o resultado da conversa. A orientação foi de não se preocupar tanto com o modelo da poupança, e sim com o investimento no próprio trabalho. "Partimos do princípio de que estou chegando no auge da minha carreira, na idade certa de produzir. Se eu investir na minha profissão agora vou prolongar minha autonomia financeira, e no futuro posso estudar uma diversificação nas aplicações. Achei excelente", disse.

Psicologia

O consultor Fabiano Calil explica que também há um tipo de "trabalho sujo" no aconselhamento: faz parte do papel frustrar e desiludir o cliente. "A gente elimina a mágica do investimento, por exemplo, quando explica que não existe nenhum tipo de rendimento de 100% ao ano que vá durar pra sempre." Por isso, também está entre os desafios do serviço desenvolver alguma habilidade em psicologia.

O consultor Raphael Cordeiro concorda. "Às vezes o lado psicológico ganha proporções até maiores", diz Cordeiro. "Lembro de clientes que já tinham seu diagnóstico pronto, concordavam que era o melhor caminho, mas não conseguiam seguir adiante com o plano. Por isso, já cheguei a encaminhar clientes para a terapia – até fiquei com medo de tomar essa decisão, porque não sabia qual seria a reação deles. Mas deu tudo certo. Eu expliquei que, depois de certo tempo repetindo as mesmas coisas, eu já estava desperdiçando meu tempo, e ele, perdendo dinheiro comigo", conta.

Amigas buscam dicas para negócio

A clínica financeira da Expomoney atendeu três amigas que partilham um objetivo comum: montar juntas uma empresa de varejo. Apesar da proposta não se encaixar no foco de atuação da clínica, elas dizem que conseguiram dicas tanto para rever a formação da nova empresa quanto para as finanças pessoais.

Entre as dúvidas postas na mesa estava o empréstimo de capital: quanto seria suficiente para abrir o negócio? "O caminho na verdade deve ser o inverso, de primeiro saber onde queremos chegar para depois ver o quanto precisamos. Além de tudo, é muito melhor ter capital próprio para iniciar o negócio, do que partir do zero", diz a arquiteta Rafaella Gardini.

"E nisso acabamos caindo para a gestão financeira pessoal. Afinal, eu sempre me pergunto aonde vai o dinheiro todo mês, e não sei como vou conseguir poupar esse capital próprio sendo assalariada", diz a economista Lara Pereira. Mariana Magalhães, também economista, confirma a necessidade do controle de gastos. "O plano agora é: primeiro planejar para depois gastar, e não o contrário." * * * * *

Serviço:

Acompanhe o segundo dia da Expomoney blog da equipe da Gazeta do Povo ou pelo Twitter: @gp_economia.

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