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Brasília – A dívida interna em títulos públicos federais deu um salto de R$ 22,85 bilhões em setembro e alcançou a marca de R$ 1,062 trilhão, valor 2,2% superior ao de agosto. Somente a correção dos papéis pelos juros teve impacto de R$ 12,16 bilhões no mês, sendo o restante do crescimento provocado pela emissão de novos títulos pelo Tesouro Nacional. Em todo o ano, os juros pagos somaram R$ 105,9 bilhões, volume maior do que os R$ 82,2 bilhões de crescimento no saldo da dívida de janeiro a setembro. Essa diferença mostra que, no ano, o Tesouro resgatou liquidamente R$ 23,7 bilhões em títulos.

O forte crescimento da dívida interna, entretanto, foi acompanhado de uma melhora no seu perfil. A parcela de papéis com remuneração prefixada (cuja taxa de juros é definida no momento da venda do título) passou de 31,49% para 32,83% do total da dívida, atingindo o maior nível da série histórica iniciada em 1999. O indicador está dentro da banda estabelecida pelo Tesouro em sua estratégia para 2006, que vai de 28% a 37%.

"Estamos tentando melhorar o perfil da dívida incrementando a participação de títulos prefixados", disse o coordenador-geral da Dívida Pública, Ronnie Tavares. Os prefixados são considerados títulos de melhor qualidade porque conferem maior previsibilidade para a administração da dívida pública.

A contrapartida ao aumento na participação de títulos prefixados foi a redução da parcela atrelada à taxa básica de juros, a Selic, que passou de 46,14% para 44,79% do total. Sem considerar as operações de swap (em que o governo fica credor em dólar e devedor em juros), a parcela vinculada à Selic caiu de 42,50% para 41,46%, próximo do piso da meta estabelecido no Plano Anual de Financiamento da Dívida (PAF), de 39%. Esses títulos são considerados de pior qualidade porque o juro pago varia conforme a definição da taxa básica pelo BC.

Mas a melhora no perfil da dívida teve como efeito colateral uma piora no importante indicador de prazo médio, que caiu de 29,84 meses para 29,65 meses. Quanto maior o prazo médio, melhor é a percepção em torno da capacidade de o governo pagar sua dívida. Desde fevereiro, o Tesouro patina na casa dos 29 meses, sem conseguir superar a marca de 30 meses que é o piso previsto no PAF.

Outro indicador importante de solvência que teve piora foi o de dívida a vencer em até 12 meses, que passou de 39,19% para 39 99%. O objetivo do governo é encerrar o ano com esse índice dentro do intervalo de 31% a 36% do total da dívida.

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