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Fatores econômicos e sociais estão criando demanda para um tipo de imóvel até então pouco presente em Curitiba: o apartamento de dois quartos de alto padrão. Fontes do setor imobiliário citam como motivos para a procura deste formato a diminuição no tamanho das famílias, a chegada de multinacionais à cidade (cujos executivos precisam de um lugar para morar) e o preço do metro quadrado, que atualmente encarece bastante os apartamentos maiores.

"O prato predileto do curitibano sempre foi o apartamento de três dormitórios, uma suíte. A produção de formatos menores era pequena, não se achava apartamento deste tipo", conta Antônio Gutierrez, diretor do Imóveis Curitiba, site para anúncios de imóveis. E mais: há alguns anos, com o preço do metro quadrado na faixa de R$ 1 mil, um quarto a mais encarecia o apartamento em cerca de R$ 20 mil. "Mas falar de R$ 2,5 mil o metro quadrado é coisa fácil hoje em Curitiba, e 20 metros quadrados já são, pelo menos, R$ 40 mil. É uma diferença grande", exemplifica Gutierrez.

Este ano, das 2,3 mil unidades lançadas em Curitiba até o mês de setembro, quase a metade (1,1 mil) é de apartamentos de 1 dormitório (374 unidades) ou 2 dormitórios (753 novas unidades). Os dados são do Sinduscon-PR e do Instituto Bridi, especializado em pesquisa imobiliária.

A construtora Gafisa, de São Paulo, e a incorporadora paranaense Invespark perceberam a demanda e lançaram, recentemente, empreendimentos com apartamentos compactos (1 e 2 dormitórios), alto padrão de acabamento e estrutura que vai além do tradicional "salão de festas e playground". Os edifícios Le Parc e Central Park – da Invespark – e o Orbit – da Gafisa –, na região Centro-Batel, contam com espaço gourmet, piscina, sala de cinema, academia de ginástica, sauna e sala de massagem.

"O Central Park, lançado há 13 meses, está com 95% das unidades vendidas, para entregar daqui a dois anos. E, dos 310 apartamentos do Le Parc, mais de 100 estão vendidos, em apenas 455 dias de vendas", responde o diretor da Invespark, Rubens Bocuti. O Orbit, com conceito semelhante, também já é um sucesso de vendas. "Foi lançado no fim de agosto, e 25% já está vendido. A obra nem começou", comemora Antônio Ferreira, diretor de novos negócios da Gafisa. "É uma tendência das grandes cidades. As pessoas procuram morar mais próximas a tudo, abrindo mão de um pouco de espaço dentro de casa", completa.

A tendência é confirmada pelo índice do Sinduscon-PR que mede a velocidade de vendas. Desde 2006, a média residencial do índice estava na casa de 8% a 10%. Em outubro, o índice subiu para 15%, impulsionado, principalmente pelas unidades com 2 dormitórios – cujo índice está hoje em 28,8%. Isso significa que, para cada 100 apartamentos deste tipo colocados à venda, foram vendidos quase 29 no mês passado. O apartamento com 1 dormitório vem em seguida, com índice de 18,33%, seguido pelos sobrados (16%) e pelos apartamentos de 3 quartos (14,05%).

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