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O dólar fechou em alta superior a 1% ante o real nesta quarta-feira (24), acompanhando a cena externa com os investidores voltando a ver que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode reduzir seu programa de estímulo e, consequentemente, a liquidez nos mercados. Isso porque foram divulgados dados econômicos dos Estados Unidos mais otimistas, como a recuperação da indústria norte-americana, de acordo com a pesquisa Índice dos Gerentes de Compras (PMI), e o melhor desempenho das vendas de novas moradias.

A moeda norte-americana subiu 1,27%, a R$ 2,2505 na venda, com volume de negociação de cerca de 2,5 bilhões de dólares, de acordo com dados da BM&F.

No mercado externo, o comportamento do câmbio também mostrou valorização do dólar. O dólar australiano operava em queda de cerca de 1,50 por cento ante a divisa norte-americana, que subia 1,18 por cento em relação ao peso mexicano.

"As moedas estão trabalhando de uma maneira relativamente tranquila, respondendo aos dados dos Estados Unidos, onde a economia vem efetivamente se alterando e se fortalecendo", afirmou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.

O dólar passou praticamente todas as horas de negociação em alta, mas ultrapassou 1 por cento de valorização mesmo após o Banco Central realizar leilão de swap cambial tradicional, em que vendeu toda oferta de 20 mil papéis com vencimento em 2 de janeiro de 2014.

O leilão teve volume financeiro de 992,8 milhões de dólares, com data de emissão no dia 1º de agosto, e teve a finalidade de rolar cerca de 115 mil contratos de swap tradicional que vencem também no início do próximo mês.

O BC ficou ausente do mercado apenas na terça-feira, já que a moeda caiu 0,51 por cento ante o real. Do total de 114,3 mil contratos que podem ser rolados, já foram 80 mil papéis, num volume equivalente a quase 4 bilhões de dólares.

Essas últimas intervenções têm efeito reduzido na cotação da moeda por se tratarem de uma rolagem já esperada pelo mercado e anunciada pelo BC.

Até a sessão de terça-feira, o dólar acumulava queda de 0,43 por cento no mês, mas o desempenho deste pregão anulou esse movimento. "O cenário para o Brasil continua sendo ruim e a tendência do dólar para cima", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, que ainda acredita que a moeda chegará ao fim do ano em 2,30 reais.

Para ele, se o BC quiser manter a tendência de baixa do câmbio, precisará fornecer liquidez ao mercado através de leilão no mercado à vista. "Estamos num momento de decisão sobre quem vai dar liquidez ao mercado: serão os bancos ou o BC com leilão à vista? Não vejo o BC queimando reservas para isso", disse Nehme.

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