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O dólar subiu ao maior patamar desde o final de setembro nesta quinta-feira (17), aproximando-se do nível de 1,80 real após uma jornada de ampla valorização da moeda norte-americana em todo o mundo.

O dólar terminou o dia a 1,791 real, em alta de 2,34 por cento. É a maior cotação de fechamento desde 29 de setembro e a maior alta diária desde 22 de junho.

Em outras praças, a moeda avançava 1 por cento ante uma cesta com as principais divisas, com destaque para o euro, que caía ao menor nível em mais de três meses.

A valorização do dólar era sustentada pelo comunicado do Federal Reserve divulgado na quarta-feira após a última reunião de política monetária no ano.

O Banco Central norte-americano, ainda que tenha reiterado os juros baixos por um período prolongado, ofereceu uma perspectiva um pouco mais favorável para a economia e anunciou a data de validade de alguns dos instrumentos emergenciais de liquidez criados durante a crise.

A oferta excessiva de dinheiro em circulação no mercado internacional tem sido apontada como um dos fatores por trás do longo ciclo de queda do dólar durante o ano.

"O dólar se fortaleceu contra tudo", disse Moacir Marcos Júnior, operador da corretora Finabank. "O fundamento (da economia brasileira) é bom, mas se (o dólar se) fortalecer lá, aqui não fica diferente", acrescentou.

A subida do dólar favorece especialmente os investidores estrangeiros no mercado de dólar futuro e de cupom cambial. Na quarta-feira, eles mantinham 6,8 bilhões de dólares em posições compradas na moeda norte-americana.

O volume de negócios, de acordo com dados da clearing de câmbio da BM&F, se manteve na média dos últimos dias, com cerca de 3 bilhões de dólares perto do fim das operações. Esse dado inclui a maior parte das operações no mercado interbancário, mas não considera o leilão realizado pelo Banco Central.

A alta do dólar também ameniza ainda mais a expectativa do mercado com possíveis medidas que o governo poderia tomar para tentar manter a cotação acima de 1,70 real. A queda do dólar em 2009, além de afetar as exportações, provocou a revisão da estimativa de déficit nas transações correntes do país.

O BC agora espera um déficit de 40 bilhões de dólares no ano que vem, ante previsão anterior de 29 bilhões. Em novembro, o saldo negativo atingiu 3,289 bilhões de dólares, contra 951 milhões de dólares no mesmo mês do ano anterior.

"Somos muito mais pessimistas que o BC sobre o déficit nas transações correntes (em 2010), prevendo um aumento para 55 bilhões de dólares", escreveu Paulo Leme, analista do banco de investimento Goldman Sachs, em relatório.

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