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Dólar-moeda
| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

O dólar bateu os R$ 4,0382 durante o pregão desta quinta-feira (16). O patamar é o maior já atingido pela moeda americana neste ano. Para quem vai viajar, uma má notícia: o dólar turismo fechou em R$ 4,19. Também nesta quinta-feira (16), a Ibovespa caiu 1,75%, para 90.024 pontos, menor patamar de 2019 – lembrando que ainda em março, o índice bateu os tão sonhados 100 mil pontos.

A alta do dólar é impulsionada pela valorização da moeda no exterior. O DXY, índice que mede a força do papel americano frente as principais moedas mundiais, subia 0,29% pouco depois das 17h de Brasília. A queda da Bolsa brasileira também impulsiona a valorização.

A máxima do dólar durante o pregão é a maior desde 1º de outubro de 2018, último dia útil antes do primeiro turno das eleições presidenciais, quando a moeda chegou a R$ 4,0650, mas fechou a R$ 4,0190. A época marcou o início da desvalorização da divisa, com a confiança dos investidores na eleição de Jair Bolsonaro (PSL) no cenário interno. Na véspera, a moeda também operou acima dos R$ 4 durante toda a manhã.

Além das disputas envolvendo Estados Unidos e China – o embate ganhou um novo capítulo após o governo americano atingir a chinesa Huawei com sanções –, a tensão política e a frustração de expectativas em relação à retomada da economia estão preocupando investidores. Na quarta (15), o Banco Central divulgou de que a atividade econômica brasileira registrou retração de 0,68% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2018. Economistas previam queda de 0,20%, segundo projeções das agências Bloomberg e Reuters. Na comparação anual, houve crescimento de 0,42%.

A convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar o contingenciamento de verbas de sua pasta nesta semana, somada aos protestos que levaram milhares às ruas, são os sinais mais recentes da tensão entre Executivo e Legislativo e que preocupam o mercado justamente pela possibilidade de que a reforma da Previdência atrase ou não saia do papel por falta de articulação entre essas esferas.

“O mercado manteve a trajetória de desvalorização do real, iniciada alguns dias atrás, por conta da piora das expectativas do crescimento da economia brasileira para os anos de 2019 e 2020 ou pelas dificuldades encontradas para formar um cenário positivo na condução das propostas de reformas no Congresso. Tudo indica que o mercado está avaliando um grau de risco um pouco maior e isso tem sustentando a moeda americana em um patamar mais elevado. O dólar parece consolidado neste patamar de R$ 4,00, como uma barreira que deve se manter”, afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

Os últimos dias também foram marcados por protestos contra o governo, particularmente contra cortes de verbas em universidades, além de investigações envolvendo o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

"Os protestos alimentam receios de que a leitura de fraqueza do atual governo possa estar se disseminando, fortalecendo a oposição e naturalmente dificultando a agenda de reformas, com óbvio foco na PEC da Nova Previdência", avaliou a corretora H.Commcor, em nota.

Do front externo, a disputa comercial entre EUA e China segue pressionando mercados e moedas emergentes.

A tensão deve permanecer até a reunião do G20, no fim de junho, quando o presidente americano Donald Trump encontrará com o presidente chinês Xi Jinping. Até lá, a questão continuará fazendo preço nos mercados a depender das declarações e ações de ambas as partes.

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