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O dólar recuou levemente ante o real nesta quinta-feira (28), interrompendo seis altas seguidas, após o Banco Central alterar medida sobre pagamento antecipado de exportações e o anúncio de novo leilão de swap cambial tradicional para sexta-feira.

O dólar teve variação negativa de 0,07%, cotado a R$ 2,0762 na venda. A moeda fechou próximo da mínima de R$ 2,0722 e chegou a máxima de R$ 2,1000.

A divisa norte-americana já havia desacelerado com o anúncio do leilão de swap do BC. Próximo do fechamento, o BC anunciou a retirada de uma trava no financiamento de curto prazo das exportações, o que fez o dólar reverter para o vermelho.

O BC vai permitir que os exportadores captem recursos no exterior, com prazo de até um ano, com outras fontes. Até agora, era permitido que esse crédito fosse acessado apenas com o importador.

Isso abre a porta para maior entrada de recursos externos no Brasil. "Obviamente tem um canal importante no fluxo", afirmou o secretário-executivo do Banco Central, Geraldo Magela Siqueira. "Achamos importante que esse canal volte. Isso barateia e facilita o financiamento das exportações", disse ele.

"Essa entrada de recursos deve aliviar o mercado e foi o que trouxe maior impacto para a taxa de hoje. As empresas costumavam se utilizar desse meio para antecipar pagamentos, era a válvula de escape do mercado", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Já o swap cambial, que será realizado na sexta-feira, inclui a oferta de até 60 mil contratos para dois vencimentos.

O BC resolveu atuar após o dólar chegar a subir mais de 1% e chegar a R$ 2,10. A moeda não atingia esse patamar desde 23 de maio, tendo atingido no intradia a máxima de R$ 2,1070. Então, o BC também atuara com mais força, anunciando swap com até 80 mil contratos.

Segundo Galhardo, com os anúncios desta sessão, o mercado viu o patamar de R$ 2,10 como um teto informal para a moeda e quando o BC pode voltar a atuar. "Com certeza nesse ponto, sabemos que o BC não vai deixar subir muito mais", disse.

Nesta quinta-feira, o BC vendeu todos os 60 mil contratos de swap de leilão anunciados na véspera. Foi o terceiro dia seguido de atuação da autoridade monetária.

"Acho que está ocorrendo uma demanda, o mercado está querendo ficar comprado nesse cenário de incertezas. Não estava tendo muito motivos para o dólar cair", disse o economista-chefe de um banco, que preferiu não ser identificado.

A expectativa do economista e do gerente de câmbio é que, apesar das atuações do BC, ainda possa ocorrer alguma pressão de alta em função do cenário externo conturbado.

Os investidores estão atentos às resoluções que podem ser anunciadas na cúpula da União Europeia, que começou nesta quinta-feira e deve terminar na sexta-feira.

Até o momento, líderes da União Europeia acertaram um acordo sobre emprego e avanço econômico, incluindo a mobilização de 120 bilhões de euros para medidas de crescimento, disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

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