Dólar cai 1,39% e rompe nova barreira: R$ 2,059

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O dólar comercial fechou em queda de 1,39% nesta terça-feira, negociado a R$ 2,057 para compra e R$ 2,059 para venda. É a menor cotação desde 12 de março de 2001, quando a moeda americana encerrou o dia vendida a R$ 2,055. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou com forte alta, superando pela primeira vez os 41 mil pontos e batendo seu 20º recorde neste ano. Com um volume de negócios elevado - R$ 2,997 bilhões -, o Ibovespa subiu 1,62%, atingindo 41.017 pontos

A forte queda do dólar surpreendeu os analistas de câmbio, que esperavam uma tendência inversa devido à tensão que predominou ontem no mercado americano. As principais bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam a segunda-feira em queda, repercutindo declarações feitas durante o fim de semana pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke. Em entrevista a uma cadeia de televisão, Bernanke afirmou que o mercado havia interpretado mal seu discurso no Congresso americana na semana passada, em que admitiu a possibilidade de pausa no ciclo de altas dos juros básicos do país.

- Esperava alguma reação por causa dos Estados Unidos, mas o mercado está firme, não tem ruidos internos e o fluxo de recursos continua forte - comentou o diretor-executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme.

Entre os destaques de alta da bolsa paulista, estiveram TIM Participações ON (+5,43%), Vale do Rio Doce ON (+4,65%), Sadia PN (4,46%), Itaubanco PN (+4,05%), Petrobras ON (+3,41%) e Petrobras PN (+1,77%).

Um dia depois de o governo boliviano anunciar a nacionalização dos ativos de petróleo e gás do país, as ações da Petrobras abriram em queda, mas pouco depois das 11h começaram a subir.

- O gás boliviano é importante para o Brasill, mas não tão importante para a empresa Petrobras - comentou o analista Luiz Caetano, do banco Banif.

Segundo ele, embora represente mais de metade do consumo brasileiro, o gás boliviano tem participação pequena (aproximadamente 4%) na receita da estatal. E o prejuízo de US$ 1,5 bilhão estimado com a medida "é ruim, em qualquer circunstância", mas não muito significativo considerando o valor de mercado da Petrobras, superior a US$ 100 bilhões.

As ações do Itaú repercutiram o anúncio de compra do BankBoston Brasil, por R$ 4,5 bilhões. Segundo o analista João Augusto Salles, da Lopes Filho & Associados, a principal vantagem da operação é fortalecer o Itaú no segmento de "private banking" (pessoas físicas de alta renda) e middle market (pequenas e médias empresas). Este último apresenta o maior crescimento no setor bancário depois do de pessoas físicas.