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A esperança do mercado quanto a uma ajuda da Europa à combalida Grécia derrubou o dólar abaixo de 1,85 real nesta terça-feira, em uma sessão repleta de especulações e desmentidos no exterior.

A moeda norte-americana terminou o dia a 1,846 real, em baixa de 1,49 por cento. No mês, a variação negativa é de 2,07 por cento, mas, no ano, a alta ainda é de 5,91 por cento.

O mercado amanheceu com a notícia de que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, antecipou a volta de uma viagem à Austrália.

A decisão foi interpretada como um sinal da iminência de um socorro coordenado para a Grécia, cujas dificuldades fiscais têm derrubado o euro e fortalecido o dólar desde o início do ano. Um porta-voz, porém, disse que a mudança foi tomada somente por "questões logísticas".

Mais tarde, uma fonte do governo alemão informou à Reuters que os países da zona do euro decidiram por fim ajudar os gregos, embora o formato do pacote ainda não estivesse definido. Um porta-voz alemão também desmentiu a informação.

Em meio aos relatos desencontrados, a Grécia anunciou uma série de medidas para aumentar as receitas e diminuir o déficit. O plano inclui o congelamento das pensões no setor público acima de 2 mil euros e um imposto de até 40 por cento sobre a renda acima de 60 mil euros por ano.

O otimismo com a possibilidade de um alívio para a situação grega sustentou o apetite pelo risco em todo o mundo e levou o euro para acima de 1,38 dólar na máxima do dia, após a moeda comum ter recuado a 1,35 dólar na semana passada.

O Ibovespa chegou a subir mais de 3 por cento, e as commodities, segundo o índice Reuters-Jefferies, tinham alta de 1,4 por cento no meio da tarde.

O movimento, no entanto, era visto mais como um respiro do que como uma inversão definitiva de tendência. Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da corretora Finabank, afirmou por exemplo que ainda não vê o retorno dos exportadores às operações de hedge --sinal de que as apostas na baixa do dólar ainda são muito incipientes.

Analistas estrangeiros também acreditam que a queda do dólar deve ser somente uma correção de curto prazo. Eles apontam para o aumento das apostas contra o euro a 7,6 bilhões de dólares, nível visto pela última vez no auge da crise, em 2008. Para um prazo mais longo, a previsão é de euro fraco e volatilidade.

No Brasil, da mesma forma, têm prevalecido as apostas dos estrangeiros contra o real: são 6,536 bilhões de dólares em posições compradas na moeda norte-americana nos mercados de dólar futuro e cupom cambial, de acordo com dados da BM&FBovespa referentes a segunda-feira.

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