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O dólar recuou ao menor nível em mais de três semanas ante o real nesta quarta-feira, captando o maior apetite por risco no exterior em meio a uma bateria de dados positivos nos Estados Unidos, China e Europa.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,41%, a R$ 1,707 na venda, menor patamar desde 9 de novembro, quando encerrou a R$1,699.

No mesmo horário, o dólar caía 0,5% ante uma cesta de divisas.

A terceira baixa consecutiva da cotação também esteve ligada à recuperação do euro, que se afastava das mínimas em dois meses e meio contra a divisa norte-americana por esperanças de que a resolução da crise na Europa conte com mais auxílio do Banco Central Europeu (BCE) e também dos Estados Unidos.

Analistas afirmam que o BCE pode anunciar na quinta-feira, após a reunião de política monetária, a prorrogação de medidas de suporte à crise que vencem na metade de janeiro.

Dados positivos também endossaram o bom humor. O setor manufatureiro na zona do euro e da China cresceu em novembro, enquanto nos EUA a geração de empregos no setor privado foi a maior em três anos.

"O cenário externo hoje definitivamente está conduzindo o dólar para baixo", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

"Mas também me parece que o pessoal já está antecipando algum movimento futuro, com o mercado de olho em um novo aumento na taxa de juros logo no início do próximo governo", acrescentou.

Investidores têm aumentado as apostas no início de um novo ciclo de aperto monetário no primeiro trimestre de 2011, ou mesmo já em dezembro, após a recente aceleração em índices de preços sugerir que a inflação está ganhando terreno.

A alta do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ao maior nível desde fevereiro, anunciada pela manhã, endossou a expectativa.

A Selic está atualmente em 10,75% ao ano.

Para o operador de câmbio de uma corretora paulista, a queda do dólar "deveria até ser maior". Segundo ele, fatores técnicos impediram que a cotação recuasse ainda mais.

"É puramente algo técnico. Tem um suporte forte sempre que o dólar se aproxima de 1,70 (real)", afirmou, minimizando a ascensão de temores quanto a mais medidas do governo sobre o câmbio quando a moeda se aproxima desse patamar.

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