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O dólar fechou abaixo de 1,80 real pela primeira vez em pouco mais de um mês, refletindo o cenário mais favorável à entrada de recursos no Brasil e a busca de investidores estrangeiros por ativos de maior risco.

A moeda norte-americana caiu 0,50 por cento, para 1,798 real. É a menor cotação de fechamento desde 20 de janeiro. No ano, o dólar ainda tem alta de 3,16 por cento.

A percepção de que a Grécia deve receber em breve uma ajuda mais concreta da União Europeia após visita do comissário europeu Olli Rehn favoreceu investimentos de risco em todo o mundo, permitindo que o real se valorizasse mesmo com a alta do dólar em relação às principais moedas.

No encerramento do câmbio, o risco Brasil, por exemplo, caía 14 pontos, para 201 pontos-básicos, e o índice Ibovespa, das principais ações brasileiras, tinha alta de mais de 1 por cento no encerramento do câmbio.

Por outro lado, ante uma cesta com as principais divisas, o dólar subia 0,46 por cento, com destaque para o desempenho ante o euro e a libra esterlina.

Parte do mercado afirma que a crise fiscal na Europa, quando não afeta o apetite pelo risco, pode estar desviando recursos de lá para mercados emergentes, como o Brasil.

Além disso, fatores internos como a perspectiva de um aumento das ofertas de ações devem atrair mais dólares para o país, tornando o cenário mais favorável à valorização do real.

"O mercado já vem, desde sexta-feira, desfazendo um pouco de posição comprada, principalmente os não-residentes", disse o operador José Carlos Amado, da corretora Renascença, fazendo referência à venda de dólares por parte de estrangeiros.

"Já não tem tanta perspectiva de alta: deve haver algum acerto na Grécia... e há a própria expectativa de elevação dos juros, que poderia atrair capital externo. E também a expectativa de alguns lançamentos de ações, que poderiam fazer com que o mercado ficasse um pouco mais irrigado de dólar".

No horizonte do mercado estão as ofertas da BR Properties, com volume máximo de 1,7 bilhão de reais, da Gafisa, com giro estimado em até 1,1 bilhão de reais, e da empresa de eletricidade Renova Energia, que pode movimentar até 867,9 milhões de reais.

Até agora, a entrada de dólares no país tem ficado em um nível abaixo do registrado no final do ano anterior --806 milhões de dólares até 19 de fevereiro, segundo dados do Banco Central. Pela manhã, o governo divulgou que o superávit comercial em fevereiro foi de apenas 394 milhões de dólares, o menor para o mês desde 2002.

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