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Bolsa bate recorde e risco-país está no nivel mais baixo

Bom começo de semana para o mercado financeiro: no primeiro pregão depois do feriado prolongado de Páscoa, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ultrapassou a barreira dos 47 mil pontos pela primeira vez, com os investidores embalados por bons números dos EUA.

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As recentes quedas do dólar, que vêm assustando investidores e exportadores desde o início do ano, podem se aprofundar ainda mais nos próximos dias. Especialistas de mercado já apostam que a cotação, que fechou nesta segunda-feira com perda de 0,34%, a R$ 2,025, poderá ficar abaixo de R$ 2 nos próximos dias. A cotação atual já é a menor desde março de 2001.

Para o diretor da Pioneer Corretora, João Medeiros, a tendência é de que a moeda desça a ladeira. Ele lembra que o risco-país está em trajetória de queda, tendo chegado à sua mínima histórica , de 154 pontos, nesta segunda-feira. Além disso, As exportações continuam em alta, atingindo uma média de US$ 620 milhões por dia.

- As empresas terão que se adequar a essa nova realidade. Se todo este quadro de calmaria no cenário internacional permanecer, continuará entrando dinheiro no país para a bolsa de Valores de São Paulo, os mercados crédito e de investimentos continuarão fortes e o dólar cairá cada vez mais. Se a cotação vier abaixo de R$ 2 nos próximos dias, daí para R$ 1,80 será um pulo - avalia.

Nos cálculos do especialista, o Banco Central comprou cerca de US$ 350 milhões nesta segunda-feira e não deverá mudar sua estratégia para alterar a cotação do dólar.

- O BC tem entrado para comprar o que está sobrando no mercado e está agindo de forma corretíssima, com uma reserva atual em torno de US$ 110 bilhões - diz.

Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros, engrossa as apostas de queda da moeda.

- Como a taxa de juros ainda é muito alta no Brasil, tem muita gente que entra no país, com dólares, para apostar em títulos públicos. Essa troca de dólar para taxa de juros irá pressionar cada vez mais a cotação para baixo. Se não tivessem acontecido as recentes turbulências no mercado internacional (como os problemas com empresas de crédito imobiliário voltadas para investidores de alto risco nos EUA), o dólar já estaria abaixo de R$ 2 - avalia.

Para Francisco Carvalho, gerente da mesa de câmbio da corretora Liquidez, o dólar cairá a R$ 2 até o fim do mês.

- Houve uma forte queda na cotação do dólar na última sexta-feira e na abertura desta segunda. Depois disso, a moeda ficou o dia inteiro sem força para se recuperar e deverá perdendo valor, aos pouquinos, nos próximos dias.

Os negócios desta segunda-feira foram fortemente influenciados pelo número de criação de vagas no mercado de trabalho americano divulgado na última sexta-feira, quando as bolsas mundiais estavam fechadas por conta do feriado de Corpus Christi.

Segundo o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, o país gerou 180 mil empregos em março, contra expectativa de 142 mil.

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