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Após superar a cotação de R$ 2,90 no início da sessão, o dólar recuou e fechou estável no mercado cambial nesta segunda-feira (23), ajudado por um alívio no cenário externo e também por operações de captação no exterior, que teriam pressionado em baixa a moeda americana.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com leve queda de 0,14%, a R$ 2,873, ainda no maior patamar desde 25 de outubro de 2004. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou estável em R$ 2,879, também no maior valor desde 25 de outubro de 2004.

Dia no mercado acionário foi marcado por forte oscilação

O dia no mercado acionário brasileiro também foi marcado por forte oscilação na Bolsa, que chegou a cair 0,73% e a subir 0,88%. No final, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve leve alta de 0,08%, a 51.280 pontos.

Das 68 ações negociadas, 33 subiram e 35 caíram. O volume financeiro negociado foi de R$ 5,2 bilhões, abaixo do giro médio diário no ano, que é de R$ 6,7 bilhões (até o dia 20).

Destaque para a forte queda das ações da Vale. Os papéis preferenciais da mineradora caíram 3,60%, a R$ 18,75. As ações ordinárias caíram 4,42%, a R$ 21,62. O banco Morgan Stanley cortou a recomendação para a compra do papel, o que pressionou em baixa a cotação das ações da empresa.

As ações da Petrobras também caíram no pregão. Os papéis preferenciais - mais negociados e sem direito a voto - caíram 1,86%, a R$ 9,49. As ações ordinárias - com direito a voto - tiveram queda de 1,68%, a R$ 9,38.

A maior alta do Ibovespa ficou com as ações da Souza Cruz, que subiram 7,74%, a R$ 25,48. A British American Tobacco anunciou que avalia comprar todas as ações que não possui da Souza Cruz, podendo desembolsar mais de R$ 10 bilhões se levar a ideia adiante e a operação tiver adesão maciça dos acionistas minoritários.

Segundo o acionista controlador da Souza Cruz, o eventual preço a ser pago por ação da empresa será de R$ 26,75, o que representa um prêmio de 13,1% sobre o valor de fechamento do papel da empresa brasileira na Bolsa na última sexta-feira.

O setor educacional também teve forte alta nesta segunda. As ações da Estácio subiram 5,89% e as da Kroton avançaram 5,86%, após o governo indicar que as mudanças no FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) são vigentes apenas para este ano.

O dia foi de instabilidade no mercado cambial. Logo no começo da sessão, a moeda americana subiu a R$ 2,90, no que seria sua quinta alta seguida. “Houve grande volatilidade no dia, mas a moeda mostrou resistência em R$ 2,90”, avalia Fabiano Rufato, gerente-sênior da mesa de câmbio da Western Union.

“O mercado tem uma fatia que é especulação, pois há investidores que gostam dessa oscilação e volatilidade, mas tem uma parte que é fundamento. Houve uma resistência nesse patamar de R$ 2,90, os investidores não testaram acima desse nível”, ressalta.

Influências

O alívio na crise grega durou pouco e foi substituído pela incerteza em torno da apresentação da lista de reformas que o país pretende realizar dentro do acordo alcançado na sexta-feira com ministros das Finanças da zona do euro. Inicialmente, a Grécia apresentaria essa relação nesta segunda, mas adiou o anúncio para esta terça (24).

Os mercados financeiros têm sido pressionados por preocupações com a possibilidade de os desentendimentos entre a Grécia e seus parceiros europeus levarem à saída de Atenas da zona do euro, em mais um golpe à frágil recuperação econômica global.

No cenário doméstico, os investidores analisaram a mais recente pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central entre economistas e instituições financeiras. De acordo com o boletim, a economia deve ter retração de 0,50% neste ano.

Apesar do maior cenário de aversão ao risco em relação ao real, há informações de que uma operação de captação da Petrobras no exterior teria pressionado em baixa a moeda americana. De acordo com operadores, a empresa teria captado US$ 1,8 bilhão, o que tornou o fluxo cambial favorável ao país.

Na terça-feira, os investidores ficarão atentos ao discurso que a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) fará e que poderá trazer mais informações sobre as perspectivas para o aumento de juros nos EUA, o que poderia tirar recursos externos do Brasil.

Swap cambial

Na manhã desta segunda (23), o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,8 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 contratos de swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 79% do lote total.

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