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O dólar comercial fechou abaixo de R$ 1,70 nesta quinta-feira (30), na menor cotação desde setembro de 2008. A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 1,692, segundo dados do Banco Central, em queda de 0,76%.

Na véspera, a divisa chegou a ser negociada abaixo de R$ 1,70, mas recuperou o patamar antes do fechamento.

No mês, o dólar acumula baixa de 3,70%. No ano, a queda é de 2,93%.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse nesta quinta-feira que, aparentemente, o Brasil continua sendo um destino "bastante atrativo" para aplicações de estrangeiros, apesar do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para 2%, anunciada em 2009 pelo governo federal, para aplicações financeiras de investidores em bolsas de valores e renda fixa no país. "Aparentemente, [o IOF] não inibiu [o ingresso de recursos no país]. No curto prazo, pode ter tido um impacto", disse ele.

Nesta terça-feira (27), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo vá elevar novamente o IOF para aplicações de estrangeiros no Brasil "neste momento". Mas também não descartou a possibilidade de implementar a medida nos próximos meses. "Depois das eleições, não sei (...) Não descarto nenhum mecanismo, mas não há a iminência da utilizacão de nenhum neste momento", disse ele na ocasião.

Segundo analistas, a possibilidade de elevação do IOF no futuro pode estar pressionando o dólar para baixo neste momento. "Sabidamente quando o governo insinua o estabelecimento de tributo sobre ingressos e não o torna efetivo de imediato, o volume de ingressos direcionados à renda fixa, principalmente, e também variável quando há atrativo, se acentua e isto tende a estar ocorrendo neste momento", avaliou Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora.

Além disso, a alta do real acompanha o movimento recente de outras moedas no exterior, diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anuncie novas medidas de estímulo à economia dos Estados Unidos.

Nesta quinta-feira, o mercado foi influenciado também pela definição da última Ptax (taxa média de câmbio) do mês, usada como referência para a liquidação de futuros e derivativos.

Na BM&FBovespa, os investidores estrangeiros exibiam quase US$ 16 bilhões em posições vendidas em dólar futuro e cupom cambial (DDI), ou cerca de 320 mil contratos. Essas posições se favorecem com a queda do dólar.

A política de intervenção do governo permaneceu inalterada, com dois leilões de compra de dólares por parte do Banco Central durante os negócios, apesar da expectativa por medidas adicionais caso a moeda norte-americana caísse abaixo de R$ 1,70.

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