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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Os resultados desta quinta-feira (27) no mercado financeiro são resultado de boa influência externa, com notícias sobre o andamento do PIB norte-americano, e também de como analistas e investidores vêm digerindo as pesquisas eleitorais que mostram um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

O dólar comercial teve queda de 0,79%, fechando abaixo dos R$ 4, ou mais precisamente a R$ 3,994, pela primeira vez desde 20 de agosto. A Bolsa brasileira, por sua vez, também teve um dia positiva, alcançando 80.106 pontos, em uma alta de 1,71%.

Internamente, a leitura dos analistas é de que o mercado está se acalmando em relação ao cenário eleitoral. Embora a cada divulgação de pesquisa, o cenário se apresente de forma cada vez mais polarizada, o mercado já não estaria vendo a disputa que se desenha no segundo turno com tanto pessimismo.

O mercado financeiro vinha mostrando forte resistência a Haddad, por considerá-lo o menos comprometido com reformas que consideram necessárias para o reequilíbrio das contas públicas. Desde que se convenceram que Geraldo Alckmin, até então preferido, não conseguiria avançar na preferência do eleitorado, investidores têm abraçado a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).

Sem divulgação de novas pesquisas eleitorais, o cenário doméstico pautou menos o mercado financeiro nesta quinta-feira (27).

Segundo o jornal Valor Econômico , os analistas do Bank of America Merril Lynch (BofA) disseram que a sinalização de moderação por Haddad já estaria fazendo com clientes da instituição se mostrem dispostos a “aumentar exposição no Brasil”. A instituição elevou a recomendação dos bônus da dívida externa brasileira para a média do mercado.

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"Está tendo fluxo e uma reversão dos fundos, que estão voltando a comprar Brasil", avaliou o presidente da correspondente cambial Remessa Online, Fernando Pavani.

O estrategista da corretora do Santander, Ricardo Peretti, aponta que o fluxo de entrada de investidores estrangeiros começou na metade do mês e vem se sustentando desde então. Quando eles voltam ao país, trazem dólares, ajudando a valorizar o real.

Externamente, a notícia que ajudou o pregão e a cotação do dólar diante do real foi a da prévia do produto interno bruto dos Estados Unidos. A taxa anualizada fechada no segundo trimestre ficou 4,2%, dentro do esperado pelo mercado.

Outro fator externo, o arrefecimento da tensão comercial entre o país e a China, com a adoção de taxas mais amenas do que as cogitadas anteriormente, também ajudou, nos últimos dias, os investidores a deixarem um pouco de lado a posição defensiva que adotaram há algum tempo esperando pelo pior cenário. As taxas sobre US$ 200 bilhões (R$ 799 bilhões) em produtos entraram em vigor no dia 17 de setembro.

"A minha impressão é de que o mercado chinês reagiu bem [às tarifas], e os mercados emergentes liderados pela China começaram a puxar para cima as Bolsas", afirma Peretti.

"Tem dinheiro entrando no país e também uma expectativa mais amena em relação à eleição. O real já estava muito desvalorizado por causa da precificação que havia sido feita do cenário político", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Além disso, a atuação do Banco Central nesta quinta (27) também ajudou a amenizar a valorização do dólar. O BC realizou leilão de até 10,72 mil swaps cambiais (contratos futuros de dólares), no valor de US$ 9,81 bilhões.

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