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A isenção de impostos para investidores estrangeiros empurrou o dólar ladeira abaixo nesta quinta-feira. A moeda americana caiu 1,03% e fechou valendo R$ 2,115 na compra e R$ 2,117 na venda. É a menor cotação desde 20 de março de 2001. No acumulado de 2006, a queda é de 8,9%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também se destacou no dia e subia 1,98% às 17 horas, aos 37.978 pontos.

Os termos da MP 281 - isentando aplicações de estrangeiros em títulos públicos e fundos de investimento - ficaram dentro do esperado, mas mesmo assim tiveram forte impacto sobre as cotações. Com a publicação da medida provisória, o dólar já abriu em baixa de 0,65% e acelerou gradativamente a tendência.

"A MP abre caminho para a entrada de recursos externos no Brasil, e encontra um mercado de câmbio que já era amplamente vendedor. A cotação só não caiu mais porque os investidores estão com cautelosos com a possibilidade de o Banco Central tomar alguma medida para conter a baixa", disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez.

O BC continuou com suas compras de dólares nos mercados à vista e futuro, que não tiveram efeito aparente sobre as cotações. A instituição vendeu 4.550 contratos de swap reverso, recolhendo do mercado US$ 214 milhões. O BC também comprou dólares diretamente dos 17 bancos "dealers", em operação aparentemente mais agressiva que as dos últimos dias. "Ao que tudo indica, o dólar vai testar o patamar dos R$ 2,10 na próxima semana. Resta saber qual será a atitude do BC", disse Carvalho.

Para João Medeiros, diretor da corretora Pioneer, a isenção de impostos para os estrangeiros é coerente com os objetivos do governo de atrair investimentos, mas vai empurrar o dólar ainda mais para baixo nas próximas semanas. "Nesse cenário, o dólar a R$ 2,10 ainda caro. Há fortes chances de a cotação virar o mês nos R$ 2,00", disse.

Medeiros afirma não ver outro caminho para o dólar senão a queda, porque os mecanismos para evitar essa desvalorização são incompatíveis com os objetivos do Banco Central. Um deles seria um corte drástico nos juros básicos da economia, o que contraria os esforços para o controle da inflação.

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa. A queda do dólar e a desaceleração dos índices de inflação contribuíram para esse desempenho, já que o dólar se mostra como um forte aliado do Banco Central na busca pelo controle da inflação. E se a inflação se mantiver sob controle, aumentam as chances de o BC reduzir os juros.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 15,78% ao ano, contra 15,73% do fechamento de quarta-feira. O DI de janeiro de 2007 teve a taxa reduzida de 15,73% para 15,56% anuais. A taxa de abril de 2007 recuou de 15,43% para 15,36% anuais. A taxa Selic é hoje de 17,25% anuais.

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