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Após quatro dias atropelado por um movimento mundial de venda de ativos, o mercado brasileiro esboçou uma reação nesta terça-feira. O dólar comercial fechou em queda de 2,33% - a R$ 2,133 para compra e R$ 2,135 para venda - e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve alta de 0,37%, aos 39.416 pontos.

Segundo o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, a queda de dez pontos do risco-país (para 241 pontos, às 17h45m) estimulou a entrada de investimentos externos, que pressionaram a cotação do dólar. Desde a quarta-feira passada, quando o Federal Reserve (banco central americano) elevou os juros básicos do país sem descartar a possibilidade de novos aumentos, o mercado financeiro mundial deflagrou um forte movimento de realização de lucros, que atingiu em cheio a Bovespa e o dólar. Para o economista do Schain, ainda é cedo para identificar no fechamento de hoje o fim da onda de vendas.

- A queda da Bolsa e a alta do dólar nos últimos dias estão muito associadas ao movimento lá de fora. É preciso acompanhar os mercados para ver se a realização de lucros vai continuar - disse Neto, acrescentando que, no caso do câmbio, os fundamentos da economia brasileira, especialmente das contas externas, tornam pouco provável uma valorização adicional da moeda americana.

A queda do dólar nesta terça-feira também contou com o apoio do Banco Central, que retomou os leilões de compra da moeda americana. Apesar da desvalorização de hoje, o dólar ainda acumula alta de 3,09% nos últimos sete dias e de 2,25% no mês. Na Bolsa, o fechamento positivo desta terça-feira também não neutralizou as perdas de 5,06% dos últimos sete dias e 2,35% do mês de maio.

Durante a sessão, o Ibovespa acompanhou de perto o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, e enfrentou muita volatilidade - chegou a subir 1% e operar em queda no início da tarde. Ao final do pregão, o volume financeiro era de R$ 3,145 bilhões. A lista de maiores altas foi liderada por Telemig Participações PN (+9,40%), Transmissão Paulista PN (+6,90%) e Copel PNB (+4,91%). Já a relação das maiores quedas foi capitaneada por Contax PN (-4%), Metalúrgica Gerdau PN (-3,66%) e Bradespar PN (-3,11%).

As bolsas internacionais também tiveram melhor desempenho, embora nada digno de comemorações. Na Europa, Londres, Paris e Madri fecharam em alta, enquanto Franfurt, Milão e Lisboa voltaram a pender para baixo. Em Nova York, o índice Dow Jones passou boa parte do dia em alta, mas acabou fechando com recuo de 0,08%. O mercado americano amanheceu com bons indicadores - núcleo da inflação no atacado abaixo do previsto e construção de casas em declínio -, mas os dados não foram suficientes para manter as ações em alta. Amanhã, será divulgado o índice de preços ao consumidor de abril.

Risco

O risco-país caiu dez pontos nesta terça-feira. Às 17h45m, o Embi + brasileiro marcava 241 pontos-base. Durante o dia, o indicador atingiu a mínima de 239 pontos e a máxima de 248 pontos. Os títulos da dívida externa brasileira encerraram o dia em alta. O A Bond valorizou-se em 0,95%, a 106,50% do seu valor de face; e o Global 40 avançou 0,90%, para 126% de seu preço.

Juros

Os contratos de juros futuros fecharam em queda. O Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2008, o mais negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), recuou 1,07%, projetando taxa anual de 14,82%. O DI para janeiro de 2007 caiu 0,20%, a 14,80%. E o contrato para julho de 2006 terminou em baixa de 0,07%, a 15,34%.

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