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| Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

O dólar comercial registrou nesta quinta-feira queda de 1,41% ante o real, vendido a R$ 3,196, a menor cotação desde 21 de julho do ano passado (R$ 3,174). Os incentivos dados pelo Banco da Inglaterra para estimular a economia do Reino Unido aumentaram o apetite por risco e contribuíram para a valorização das moedas de países emergentes. Já o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 0,91%, aos 57.593 pontos, renovando a máxima do ano.

Na avaliação de Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, esse bom humor externo é justificado pela redução de juros no Reino Unido pelo Banco da Inglaterra. A taxa caiu de 0,5% para 0,25% ao ano - esse é o primeiro corte desde 2009. Além disso, o BC britânico irá comprar 60 bilhões de libras em títulos públicos para aliviar o impacto da votação de 23 de junho para o Reino Unido deixar a União Europeia (UE), o chamado Brexit. Esse aumento de liquidez contribui para a alta do preço das commodities, o que ajuda os ativos (ações e moeda) dos países produtores, como o Brasil.

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“A Bolsa no Brasil respondeu a um movimento internacional, que é esse estímulo no Reino Unido. O preço do petróleo está subindo com força, o que ajuda as ações da Petrobras e outros papéis ligadas a commodities. O real também se beneficiou desse movimento”, disse.

Na Europa, os mercados avançaram hoje após essaa decisão do Banco da Inglaterra. Os papéis das empresas do setor financeiro e industrial foram as mais beneficiadas. O índice europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,73%.

A libra caiu 1% sobre o dólar após o anúncio, enquanto os rendimentos de títulos do governo britânico atingiram mínimas recordes e o principal índice de ações, o FTSE 100, subiu 1,59%.

Essa atuação do bc britânico acaba aumentando a liquidez de recursos para os mercados emergentes, o que ajuda na desvalorização do dólar em alguns países.

“A tendência do dólar é de acomodação. Há a influência externa e uma melhora da confiança em relação à economia interna”, afirmou Ricardo Zeno, sócio da AZ Investimentos.

Bolsa em alta

Em menor grau, a bolsa brasileira também se beneficiou da aprovação da continuidade do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, na comissão que debate o tema no Senado Federal. Para Zeno, os agentes do mercado financeiro veem pouco risco na volta da presidente.

“O mercado está seguindo uma tendência de recuperação com a expectativa de votação do impeachment e também repercute os números corporativos dessa temporada de balanço. Com essa tendência de alta, os movimentos de realização de lucros acabam sendo mais limitados”, disse.

Na Bovespa, as ações preferenciais (PNs) da Petrobras subiram 0,92%, cotadas a R$ 12,01 e as ordinárias (ONs) avançaram 0,14%, a R$ 13,57 - o barril do petróleo Brent subia 2,48%, a US$ 44,17, próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil. Os bancos também operam com ganhos. As PNs de Itaú Unibanco e Bradesco avançaram, respectivamente, 0,56% e 1,08%. O papel do Banco do Brasil ganhava 2,68%.

Já as ações da Vale operaram pressionadas por todo o pregão. As preferenciais tiveram leve variação negativa de 0,06% e as ordinárias caíram 0,31%.

Ainda entre as ações do índice, a maior alta foi registrada pelos papéis da Braskem, que subiram 10,80%. A empresa de petroquímica anunciou nesta quinta-feira que seu lucro no segundo trimestre foi de R$ 281 milhões.

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