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A alta do juro no Brasil e o maior otimismo com a possível ajuda financeira à Grécia derrubaram o dólar para o menor nível frente ao real desde janeiro nesta quinta-feira (29), provocando uma reação do governo com dois leilões do Banco Central e novas ameaças de intervenção do Tesouro.

A intervenção do BC conseguiu impedir uma queda maior na cotação da moeda durante a tarde, mas o efeito durou pouco. A moeda norte-americana fechou em baixa de 1,19%, vendida a R$ 1,732. É a menor cotação de fechamento desde 8 de janeiro, quando estava cotada a R$ 1,730.

O BC já havia realizado uma atuação dupla há duas semanas, também quando o dólar era cotado nas mínimas desde janeiro. Na ocasião, no entanto, os leilões conseguiram reverter a queda do dólar, que voltou a ser cotado acima de R$ 1,75 naquele dia.

A autoridade monetária tem comprado dólares de forma praticamente diária desde maio do ano passado com o objetivo oficial de acumular reservas e enxugar o excesso de moeda no mercado. As reservas já superam US$ 246 bilhões.

Perto do final dos negócios, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, declarou que o governo vai acelerar a compra de dólares para tentar conter as pressões de valorização do real causadas pelo aumento de juro no Brasil .

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 9,50% ao ano. A elevação foi apontada por vários profissionais de mercado como um dos principais motivos para a valorização do real, já que aumenta a atratividade de investimentos no Brasil em relação ao juro praticado em outros países.

Outro motivo indicado foi a melhora do ambiente internacional, com alta das bolsas de valores e ligeira recuperação do euro, diante de notícias que apontam para um desenrolar mais rápido do pacote de ajuda à Grécia.

O aumento da intervenção do governo pode ter efeito limitado no longo prazo, segundo analistas. Eles afirmam que as compras podem segurar a queda do dólar por algum tempo, mas perdem efeito com a continuidade do fluxo positivo para o país, como já aconteceu antes da crise financeira.

"Ou piora de vez lá fora, ou ele (governo) vai ter que brigar muito para segurar (a queda do dólar)", disse José Carlos Amado, operador da corretora Renascença.

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