A reabertura de uma emissão de bônus global em dólar pelo Tesouro Nacional (com vencimento em 2037), anunciada nesta quinta-feira, levou a moeda americana para o patamar mais baixo dos últimos 5 anos. O dólar comercial fechou a manhã em queda de 0,75%, a R$ 2,103 na compra e R$ 2,105 na venda. É a cotação mais baixa desde o dia 15 de março de 2001, quando fechou em R$ 2,097 na venda. Na mínima de hoje, o dólar chegou a ser vendido a R$ 2,102, com queda de 0,90% sobre o fechamento de quarta-feira.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa também terminou a primeira etapa em queda, acompanhando um desempenho tímido das bolsas americanas. O Ibovespa fechou a manhã em queda de 0,54%, para 38.036 pontos e volume financeiro de R$ 793 milhões. Na mínima caiu para 38.028 pontos (-0,56%) e na máxima atingiu 38.578 pontos (+0,87%). O risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre o Brasil, caía há pouco 1 ponto, para 223 pontos centesimais.
Os dados de inflação divulgados pelos Estados Unidos e a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) já tinham puxado o dólar para baixo. Mas foi a notícia da reabertura do bônus global que deu mais fôlego para a queda da moeda americana. O índice de preços ao consumidor (IPC) nos Estados Unidos ficou praticamente estável em fevereiro, com uma ligeira alta de 0,1%. Também nos Estados Unidos, o Departamento de Trabalho divulgou os dados de pedidos de seguro-desemprego. Foram cinco mil pedidos a mais em relação a semana anterior, totalizando 309 mil solicitações.
No Brasil, os investidores repercutiram a ata do Copom, que indicou redução gradual dos juros no país. Para Alexandre Santana, economista da ARX Capital Management, a ata do Copom deixou claro que o ritmo de corte de 0,75 ponto percentual da taxa Selic será mantido. Ele disse que a ata foi neutra, sem muita novidade, e que o BC reafirmou a intenção de observar dados de investimentos e demanda.
Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, disse que a ata sustenta a manutenção do gradualismo. Na avaliação dele, o Banco Central mostrou no documento um peso grande à inflação corrente e a preocupação com os preços. Ele acredita que a Selic , que está em 16,5%, deve continuar em queda e chegar ao final do ano em 14%. O BC, no entanto, poderá até fazer uma pausa na queda para avaliar as condições econômicas do momento.
- Os técnicos do BC apresentaram um quadro favorável à política monetária, mas enfatizaram que os próximos movimentos estarão condicionados ao comportamento da inflação - disse Rosa.
Os juros futuros, que estavam em queda nos últimos dias, apresentam leve alta nesta quinta-feira, com a divulgação da ata do Copom. O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril de 2006 subia há pouco 0,06%%, passando de 16,48% para 16,49%. Para julho, a alta era de 0,13%, de 15,74% para 15,76%. A alta chegava a 0,07% para o contrato de outubro, de 15,25% para 15,26%. O contrato de janeiro de 2007, o mais líquido, passava de 14,96% para 14,97%.
Os três membros que votaram pela redução maior da taxa de juro, de 1 ponto percentual, apontaram uma recuperação equilibrada da economia, mas os outros técnicos do BC destacaram o aumento progressivo dos riscos da política monetária. O que todos concordaram é que as próximos decisões sobre os juros estarão condicionadas à evolução dos indicadores de inflação.
Na Bovespa, entre as ações mais negociadas estavam há pouco Petrobras PN, Usiminas PNA e Cemig PN. As principais altas eram de Cemig ON (2,57%), Eletropaulo PN (1,83%) e Embratel Par PN (1,64%). Caíam Light ON (2,25%), Petrobras PN (2,08%) e Caemi PN (1,98%).
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