• Carregando...
 | Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
| Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

O dólar encerrou esta quarta-feira (30) em queda pela segunda sessão consecutiva e, a despeito da pressão nos últimos dias, abaixo de R$ 4. Mesmo assim, terminou o mês com quase 10% de valorização, pressionado pela desconfiança do mercado em relação ao governo e em meio aos temores de perda do grau de investimento por mais uma agência de rating.

Particularmente nesta quarta, a queda foi sustentada pela forte atuação dos vendidos, que puxaram as cotações para baixo até o início da tarde para a definição da Ptax de fim de mês e de trimestre. A Ptax desta quarta servirá de referência para liquidação dos derivativos cambiais que vencem na quinta-feira, 1º de outubro.

Empresas endividadas em dólar atuaram desse mesmo lado, interessadas num preço mais baixo da moeda norte-americana para a formulação dos balanços para o trimestre entre julho e setembro. O movimento encontrou ainda certo suporte do exterior e do cenário político em Brasília.

Bolsas da Europa fecham em forte alta, mas têm pior trimestre em 4 anos

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta quarta-feira, 30, em forte alta, mas o movimento foi incapaz de salvar os mercados acionários do continente de ter o pior trimestre em quatro anos.

Leia a matéria completa

Passada a formação da Ptax, no entanto, a moeda devolveu parte da queda, mas conseguiu manter a trajetória de baixa até o final. Fechou a R$ 3,9740, em baixa de 2,19%, depois de oscilar entre a mínima de R$ 3,9360 e a máxima de R$ 4,029. No mês, subiu 9,39% e, no ano, tem alta de 49,68%. Às 16h33, o dólar para novembro tinha perda de 2,38%, a R$ 4,012.

A taxa Ptax desta quarta-feira fechou a R$ 3,9729, em baixa de 3,50% em relação ao fechamento de terça-feira (R$ 4,1172). Segundo a Economatica, a Ptax acumulou valorização no trimestre de 28,05%, a terceira maior valorização trimestral desde o início do Plano Real, em 1994. Nesse período, a maior valorização da moeda norte americana em amostras trimestrais foi no primeiro trimestre de 1999, com 42,47%, e a segunda maior, no terceiro trimestre de 2002, com 36,93%.

Fluxo cambial

Os dados do fluxo cambial divulgados no começo da tarde não chegaram a interferir na trajetória do dólar, mas servem para mostrar que a valorização vista este mês teve como principal componente a especulação, uma vez que não houve saída desenfreada de recursos do país.

No mês até o dia 25, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 172 milhões. Apenas na semana passada, o fluxo exibiu saída líquida de US$ 555 milhões.

Juros futuros têm sessão de baixa ajudados por dólar e política

Os juros futuros terminaram a sessão desta quarta-feira (30) em baixa, influenciados pelo dólar e em meio a um ambiente político mais tranquilo. A leitura dos agentes é a de que o arranjo político que está sendo costurado pelo governo, com a entrega de sete ministérios do PMDB e a possibilidade de o ministro Aloizio Mercadante deixar a Casa Civil, favorece a governabilidade. E isso pode contribuir para a execução do ajuste fiscal.

No encerramento da sessão regular, o contrato para janeiro de 2016 terminou a 14,615%, de 14,795% no ajuste da véspera. O contrato para janeiro de 2017 encerrou a 15,60%, de 15,90%, o de janeiro de 2019 acabou a 15,82%, a 16,25%, e o janeiro de 2021 ficou em 15,60%, de 16,10%.

Os agentes trabalharam nesta quarta com a perspectiva de que Mercadante será substituído na Casa Civil e a escolha seria pelo petista Jacques Wagner. Se confirmada, essa troca é vista com bons olhos pelo mercado, uma vez que Mercadante é considerado uma peça que está desgastando o relacionamento do governo com o Congresso. Sem contar sua participação na peça orçamentária deficitária enviada aos parlamentares e que antecipou a perda do grau de investimento pela Standard & Poor’s.

Vale destacar ainda que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem cabe aceitar os não os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma, é um dos principais críticos de Mercadante. E a ordem, agora, é agradar ao PMDB.

Por outro lado, um dos temas mais aguardados para esta quarta, a apreciação dos vetos da presidente Dilma, ainda não aconteceu no Congresso por causa de uma manobra de Cunha. Dilma pretende anunciar as mudanças ministeriais provavelmente na quinta-feira, 1º, já tendo em mãos o resultado da votação da quarta, se ocorrer a sessão do Congresso.

Déficit primário

Mais cedo, o Banco Central divulgou o resultado do setor público consolidado, que confirmou os dados melhores do que os previstos já vistos na véspera no Governo Central. O déficit primário de agosto ficou em R$ 7,310 bilhões, ante recuo de R$ 10,019 bilhões de julho. Os dados foram apenas monitorados já que eram esperados após o resultado do Governo Central.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]