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O pessimismo no exterior elevou o dólar nesta sexta-feira, com investidores aumentando a busca por segurança em meio a novos sinais de que a recuperação econômica global está vacilando.

A moeda norte-americana fechou em alta de 0,50 por cento, a 1,597 real na venda, na máxima do dia alcançando 1,601 real, maior patamar em duas semanas. No acumulado semanal, a divisa dos EUA registrou ganho de 1,33 por cento.

O motivo para o mau humor foram dados comerciais mostrando redução no superávit comercial da China. Apesar de as fortes importações indicarem que a demanda do país segue robusta, o mercado preferiu olhar para a queda nas exportações como sinal de menor demanda global.

"O mercado financeiro global teve ontem um espasmo de melhora dentro do cenário negativo que tem prevalecido. Contudo, como (essa melhora) decorreu de fatores pouco consistentes, não se sustenta hoje e, assim, retoma... a convivência com vastas incertezas", escreveu o diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme.

No exterior, o dólar avançou 0,9 por cento contra uma cesta de divisas. O euro era um dos destaques negativos, sucumbindo às incertezas com relação a um segundo pacote de ajuda à Grécia.

A ausência de um acordo entre nações da própria zona do euro jogava contra a confiança do investidor. A Alemanha vem aumentando a pressão para que investidores privados contribuam com o novo socorro financeiro a Atenas. O Banco Central Europeu, porém, se opõe a qualquer participação de investidores que possa ser considerada involuntária.

A aversão a risco golpeava também os mercados de ações e de commodities. As principais bolsas de valores dos Estados Unidos recuavam mais de 1 por cento, com o índice de tecnologia Nasdaq entrando em território negativo em 2011. Nas operações eletrônicas em Nova York, o petróleo caiu 2,6 por cento.

Analistas de câmbio do banco francês BNP Paribas apostam que desmontes de posições vendidas na moeda norte-americana nos mercados futuros podem abrir espaço para mais altas da cotação nos próximos dias.

"O desmonte das já elevadas posições dos estrangeiros pode ser o motivo para uma correção. Apesar disso, tanto o carry trade favorável quanto as perspectivas de fluxos de capitais provavelmente devem dar suporte ao real mais à frente", escreveram em relatório."Continuamos com o call de venda de dólar quando a cotação atingir a casa de 1,61/1,62 real."

Segundo dados atualizados, relativos à véspera, os investidores não-residentes mantinham pouco mais de 20 bilhões de dólares em exposição vendida nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI).

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