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Após medidas do governo chinês para estimular a economia, os mercados financeiros mundiais têm um dia de recuperação. No Brasil, o dólar comercial recua frente ao real e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) devolve parte das perdas de ontem. Às 13h45, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, subia 2,2%. No mesmo horário, a moeda americana se desvalorizava 1,18,7% sendo negociada a R$ 3,51. Na máxima, o dólar subiu a R$ 3,54 e na mínima recuou a R$ 3,51.

Para o economista Jason Vieira, da infinity Asset, o cenário é de altíssima volatilidade com os investidores duvidando da capacidade de crescimento de 7% da economia chinesa, percentual previsto para este ano.

Neste terça, o banco central da China reduziu as taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxou as taxas de depósito compulsório (dinheiro que os bancos mantêm recolhidos no BC) pela segunda vez em dois meses. Desde novembro, é o quinto corte de juros, intensificando os esforços para amortecer a crise no mercado de ações e o aprofundamento desaceleração econômica.

Segundo a agência estatal de notícias da China “Xinhua, o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) injetou hoje 150 bilhões de iuanes (cerca de US$ 23,4 bilhões) no sistema financeiro do país por meio de operações de recompra reversa. Nas operações de recompra reversa, o banco central compra ativos com o compromisso de revendê-los no futuro, a fim de combater a falta de liquidez. A transação de hoje tem prazo de sete dias e juros de 2,5%. Esta é a terceira operação do tipo em duas semanas, após o Pboc colocar duas vezes 120 bilhões de iuanes de liquidez no mercado ao longo da semana passada.

“O medo dos investidores é que a China leve os mercados emergentes a uma crise mais profunda, num momento em que os indicadores econômicos destes países estão ruins. Este é um momento de ajuste de ativos, especialmente nas Bolsas”, diz Vieira.

No Brasil, analistas temem que a crise chinesa aprofunde a recessão. Nesta terça, as bolsas asiáticas voltaram a fechar em queda. A Bolsa de Xangai encerrou o pregão desta terça-feira em baixa de 7,63%, depois de ter caído 8,5% na véspera. O principal índice de Xangai perdeu 244,94 pontos, a 2.964,97 unidades, o menor nível de pontos desde 15 de dezembro do ano passado. A Bolsa de Shenzen, a segunda do país e com uma forte presença de empresas tecnológicas, teve queda de 7,09%.

Já a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão com uma perda de 3,96%. Por sua vez, o índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong caiu 0,7%. Na segunda-feira, Tóquio fechou em seu nível mais baixo em seis meses, após retroceder 4,61%, e Xangai registrou a maior perda diária desde 2007, despencando quase 8,5%.

Na Europa, surpreendentemente os pregões abriram em alta.Paris abriu com uma alta de 1,84%, Londres iniciou o pregão com elevação de 1,65% e Frankfurt avançou 1,87%. Às 13h40 em Frankfurt, a Bolsa elevava a alta a 4,34% e Londres subia 3,45%.

“A turbulência recente deixou ofegantes até os operadores mais resistentes. E provavelmente há mais ainda por vir”, disse o vice-presidente de pesquisa econômica para Ásia do HSBC, Frederic Neumann, em nota para clientes.

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