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O dólar continuou a afundar nesta sexta-feira, valendo 1,57 real pela primeira vez em mais de dois anos e meio, em um dia de desvalorização global da moeda norte-americana.

A taxa de câmbio terminou o dia a 1,574 real por dólar, ou queda de 0,63 por cento. Na semana, a moeda teve desvalorização de 2,36 por cento.

É a menor cotação desde agosto de 2008. A moeda já se aproxima de níveis que não são vistos desde 1999, pouco após a adoção do regime de câmbio flutuante.

Enquanto o mercado à vista fechava no Brasil, o dólar tinha baixa de 0,69 por cento em relação a uma cesta com as principais moedas. O euro se destacava, com alta de quase 1 por cento, para o maior nível em 15 meses.

De acordo com analistas no exterior, a queda do dólar acontecia em função da perspectiva de aumento do diferencial de juros entre Europa e Estados Unidos. A indefinição sobre o Orçamento norte-americano, que ameaça paralisar o governo a partir da semana que vem, também pesava sobre os negócios.

A influência do mercado externo se somou à tendência que já se via no Brasil por causa da expressiva entrada de capitais.

O dólar tem caído de forma intensa desde a semana passada, com a percepção de que o governo já não tem medidas suficientes para limitar a entrada de capitais no país. Opções mais drásticas, como disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não devem ser adotadas para não brecar investimentos.

"Podemos esperar outra rodada de mais apreciação do real, pois o mercado de câmbio está se convencendo de que a autoridade monetária, no caso o BC, não sugere estar propensa a 'endurecer' o jogo e intervir firmemente", escreveu Sidnei Nehme, diretor-executivo da corretora NGO, em nota.

Nesta sexta-feira, o BC fez um leilão de compra de dólares a termo, com liquidação em 3 de maio, e duas operações no mercado à vista. Analistas avaliam que o governo passou a encarar a queda do dólar como uma ferramenta auxiliar no combate à inflação, que já ameaça ficar acima da meta.

Para o operador de um banco nacional, isso deve manter o viés de queda do dólar na semana que vem, embora com menos volatilidade, após passar por importantes níveis técnicos nesta semana. "E o 1,55 (real) vai ser um piso forte", completou.

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