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O dólar fechou em alta pela sexta sessão seguida nesta quarta-feira (27), com investidores testando a tolerância do governo com os recentes ganhos da moeda estrangeira, e apesar do anúncio de um novo leilão de swap para a próxima sessão.

O anúncio de que o Banco Central fará novo leilão de até 60 mil contratos de swap cambial tradicional na quinta-feira fez com a divisa devolvesse grande parte da alta desta sessão.

Ainda assim, o dólar fechou com alta de 0,26%, a R$ 2,0777 na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 2,0701 e R$ 2,0975, quando subiu 1,21%.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 60 mil swap cambiais ofertados para a rolagem de contratos que vencem no dia 2 de julho, sem interromper a alta da moeda.

O anúncio do leilão da quinta-feira foi feito quando a moeda subia mais de 1% e se aproximava de R$ 2,10, o que leva alguns operadores a acreditar que este é um teto informal para o BC.

"Acredito que o BC olhou a maneira como o dólar chegou próximo de R$ 2,10. Ele já havia feito um swap para rolagem e o mercado continou forte e nervoso, então ele entrou e anunciou um novo swap", disse o operador de câmbio da Renascença Corretora, José Carlos Amado.

"O mercado ainda tem uma tendência tomadora de dólares diante das incertezas lá fora. Os investidores também podem estar precisando de dólar para fazer operações de hedge, tanto que tomou todos os contratos hoje", acrescentou Amado.

Operadores lembraram que, quando o dólar ultrapassou o nível de R$ 2,10 durante a sessão em 23 de maio, o BC atuou com força e ofertou até 80 mil contratos de swap.

No cenário externo, as bolsas tiveram melhora diante de indicadores econômicos positivos. No entanto, incertezas em relação à zona do euro e às expectativa em relação à cúpula da União Europeia, que começa na quinta-feira, têm mantido investidores cautelosos.

Às 18h30 (horário de Brasília), o dólar tinha alta de 0,2% ante uma cesta de divisas. Entre os indicadores positivos estiveram as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, que subiram 1,1%, após declínio de 0,2% no mês anterior, segundo dados revisados.

O operador de câmbio de B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold, por sua vez, afirmou que o BC deve medir a demanda do mercado após o resultado do leilão da quinta-feira, que será divulgado às 10h45.

Para ele, os investidores devem aguardar o resultado desse leilão para definir uma tendência para a moeda, mas o cenário externo também deve pesar.

Nesta quarta-feira, o Banco Central também anunciou que o fluxo cambial no mês de junho, até o dia 22, ficou positivo em US$ 1,223 bilhão. Na semana passada, o fluxo também foi positivo em US$ 707 milhões. Na semana anterior, o fluxo havia ficado negativo em US$ 327 milhões.

Apesar da melhora do fluxo e do saldo da conta financeira, ainda há dúvidas quanto à atratividade do Brasil para investimentos estrangeiros, diante de uma perspectiva de crescimento baixo este ano e de um cenário externo ainda conturbado, apesar das recentes medidas de estímulo econômico.

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