A alta expressiva das bolsas de valores e a renovação da confiança de investidores globais provocaram a queda de mais de 1 por cento do dólar ante o real nesta quinta-feira.
A moeda norte-americana caiu 1,12 por cento, para 1,761 real. É a menor cotação de fechamento desde 13 de julho.
No mês, o dólar agora tem queda de 2,38 por cento.
Dados corporativos e econômicos melhores que o esperado na Europa e nos Estados Unidos e uma revisão positiva da previsão de crescimento da produção da indústria chinesa impulsionaram o mercado global desde o começo do dia.
Enquanto as operações de câmbio se encerravam no Brasil, o dólar caía 0,97 por cento ante uma cesta com as principais moedas, como o euro, que se valorizava em cerca de 1 por cento.
As bolsas em Nova York e em São Paulo subiam mais de 2 por cento, e o índice Reuters-Jefferies de commodities tinha alta também de 2 por cento.
"Os dados da Europa hoje foram alentadores", resumiu Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso, em referência a índices sobre atividade na zona do euro e varejo na Grã-Bretanha. "E nos balanços (corporativos) nos EUA, não tem ninguém com prejuízo."
Ele citou também o efeito que a alta do juro básico no Brasil, embora menor que o previsto pela maioria dos economistas, tem de atrair capitais para o país. Outros analistas, porém, já identificam um possível limite para a queda do dólar.
"Por ora, o piso de 1,75 (real) parece ser um obstáculo para o real", disse Win Thin, estrategista da Brown Brothers Harriman, ponderando que "o ambiente fortemente favorável ao risco está alimentando uma alta geral das moedas emergentes".
A equipe de análise do RBC Capital Markets também lembrou que "o posicionamento a favor da valorização do real está um pouco saturado, o que deixa a moeda exposta a um ajuste caso a aversão a risco aumente outra vez, os preços das commodities caiam ou haja algum ruído da campanha eleitoral".
De acordo com dados da BM&FBovespa, os estrangeiros tinham 7 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda norte-americana nos mercados futuro e de cupom cambial.
No mercado à vista, os bancos tinham no fim de junho mais de 9 bilhões de dólares em posições vendidas. O BC deve atualizar esses dados na segunda-feira.
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