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Bovespa cai m novembro após quatro meses de alta

Apesar de ter fechado em alta esta sexta-feira (29), o principal índice da Bovespa não conseguiu apagar as perdas acumuladas em novembro e pôs fim a uma série de quatro meses de ganhos, com especialistas prevendo um cenário incerto para dezembro. O Ibovespa fechou a última sessão do mês com avanço de 1,23%, a 52.482 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,4 bilhões. No mês, o índice acumulou queda de 3,27%.

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O dólar fechou em alta de quase 1% ante o real nesta sexta-feira (29), num pregão marcado pelo baixo volume de negócios e diante de novos sinais preocupantes sobre a saúde fiscal brasileira, encerrando novembro com o maior ganho mensal em seis meses. Segundo analistas, a tendência de fortalecimento da divisa norte-americana tende a continuar nos próximos meses, alimentada também pela perspectiva de redução do programa de estímulo nos Estados Unidos, apesar da contínua atuação Banco Central brasileiro no mercado cambial.

O dólar fechou o dia com alta de 0,86%, a R$ 2,3374 na venda. No mês, a divisa acumulou alta de 4,61%, maior avanço mensal desde maio deste ano, quando subiu 7% e começaram a crescer as expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, poderia iniciar o corte no seu programa de compra de títulos.

Segundo dados da BM&F, o volume financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares neste pregão, bem abaixo da média diária deste mês, de 1,7 bilhão de dólares, em função do fechamento antecipado dos mercados norte-americanos pelo feriado do dia de Ação de Graças. O plano de fundo desta sessão foi a divulgação de que o setor público consolidado registrou em outubro superávit primário de 6,188 bilhões de reais, abaixo das expectativas. O dado reforçou a preocupação com a situação fiscal do país, que tem levado investidores a exigir mais prêmio de ativos brasileiros.

"O cenário fiscal brasileiro ruim, a incerteza com a política monetária norte-americana... tudo isso aponta para a valorização do dólar no futuro", afirmou o operador da B&T Corretora Marcos Trabbold.

A expectativa é que a decisão do Fed, quando tomada, reduza a liquidez global e pressione o dólar. Segundo o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano, a percepção ampla nas mesas de câmbio é de que o baque venha em fevereiro ou março do ano que vem.

A alta do dólar foi mais contida durante o início desta sessão, com a briga dos investidores pela formação da Ptax --taxa formulada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. "Alguns investidores locais aproveitaram a ausência de liquidez para puxar a cotação ainda mais para cima", afirmou Serrano.

Ação do BC

Analistas afirmaram ainda que os movimentos do dólar devem ser influenciados no próximo mês por novos sinais sobre as intervenções diárias do BC brasileiro no câmbio. Parte dos operadores acredita que elas serão estendidas para o início do ano. "O BC está vendendo todo o lote nas intervenções diárias, então é sinal de que continua havendo demanda forte. Eu acho que isso aponta na direção da extensão do programa no ano que vem", afirmou Trabbold, da B&T, que também espera que o BC continue rolando todos os contratos de swap cambial que vencerem.

Quando anunciou o programa em agosto, com potencial equivalente a 60 bilhões de dólares com leilões de swap cambial tradicional e de linha, a autoridade monetária informou que ele duraria até o fim do ano, mas deixou aberta a possibilidade de que a ação pudesse se estender por mais tempo.

O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, já afirmou que o programa de intervenções diárias não tem data para acabar. Nesta sexta-feira, o BC ainda realizou mais um leilão de linha previsto em seu cronograma de atuações diárias. A venda da oferta de até 1 bilhão de dólares teve taxa de recompra de 2,358458 reais em 4 de fevereiro do ano que vem.

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